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Parlamento. Eles não tiveram um mísero voto. E ganham um emprego de R$ 80 mil por mês

Tem coisas que, cá entre nós, só acontecem no Brasil. Uma delas, você elege um senador, que é o que faz a campanha, busca os votos, aparece na TV. Aí, ele se elege. Com dois suplentes, que ninguém lembra (se é que em algum momento soube) quem são. Quer um exemplo? Você sabe os nomes dos suplentes do senador reeleito Pedro Simon? Não te preocupa, ninguém (ou quase) sabe. E a eleição aconteceu há poucos dias. Agora, e dos senadores, eleitos há quatro anos, Sérgio Zambiasi e Paulo Paim? Ai, ai, ai, ai, ai!!!!

Aí, acontece o seguinte: o senador (não é o caso de Simon, nem do Zambiasi ou do Paim), no meio do mandato, ou mesmo antes, no primeiro quarto dos oito anos para o qual foi eleito, concorre a outra eleição. Prefeito ou Governador são as mais comuns. E se elege. Pronto, o suplente desconhecido assume como se fosse ele a ter obtido os votos (e legalmente isso é verdade). São vários nessa condição, no Senado da República.

Normalmente, especialmente no norte e nordeste, os suplentes são os parentes ou, especialmente, os grandes financiadores da campanha do titular. É verdade. Funciona assim: “eu banco tua campanha, tu te elege, daqui a dois ou quatro anos você concorre a outro cargo, eu financio de novo, você ganha e eu viro senador”. Que lindo, não? Meigo, mesmo. Coisa de Brasil.

Pois, agora, teremos mais quatro senadores desse tipo. Mesmo que se possa dizer que um ou dois deles sejam políticos de fato, o fato é que ninguém votou neles. Seria muito melhor mudar, fazendo com que, nessa circunstância, assumisse o segundo mais votado. Mas quem se interessa por isso, além do coitado do cidadão comum? Hein?

Você quer saber quem são esses quatro privilegiados, que, com benefícios vários, terão rendimentos de R$ 80 mil pagos pelo contribuinte? Leia a reportagem de André Luis Nery, do “G-1”, o portal de notícias da Globo. Ah, antes, para que você não pense que eu também não sei, os suplentes do senador Pedro Simon são, respectivamente, Eloy Guimarães, do PTB, e Maria da Graça, do PMDB. Do senador Sergio Zambiasi, o primeiro é Cláudio Manfrói, o segundo não tenho a menor idéia. Como também nem desconfio quem sejam os suplentes de Paulo Paim. Que vergonhaaaaaa!!!! Snif!

Ah, leia a reportagem a seguir. E se envergonhe comigo, também:

”SUPLENTES GANHAM VAGA NO SENADO, MAS NEGAM RÓTULO DE ‘FANTASMAS’
Apesar de ganharem meio mandato, Adelmir Santana (PFL-DF) e José Nery (PSOL-PA) refutam o rótulo de fantasmas; João Tenório (PSDB-AL)e Paulo Duque (PMDB-RJ) consideram função “positiva”

Sem fazer esforço, quatro cidadãos ganharam, cada um, quatro anos de mandato no Senado, com tudo a que o cargo dá direito: remuneração de R$ 12,7 mil mensais, verba de gabinete de R$ 15 mil por mês no estado de origem, R$ 80 mil para contratar funcionários comissionados, carro com motorista, uso de telefone e celular sem limite de gasto, além de 13º, 14º e 15º salários.

Eles são os suplentes dos quatro senadores que se elegeram governadores e vice na eleição deste ano. Como a legislação proíbe que alguém exerça dois cargos públicos eletivos, os quatro senadores terão de renunciar ao cargo.

Os senadores Teotônio Vilela Filho (PSDB), eleito governador em Alagoas, Sérgio Cabral (PMDB), eleito para o governo do Rio de Janeiro, e Ana Júlia Carepa (PT), nova governadora do Pará, terão que renunciar à cadeira no Senado.

Além dos três, Paulo Octávio (PFL) deixará o Senado, já que foi eleito como vice de José Roberto Arruda (PFL) ao governo do Distrito Federal. Segundo o Senado Federal, eles têm até o dia 31 de dezembro para renunciar aos respectivos mandatos.

Teotônio deixará a vaga para o cunhado João Tenório (PSDB). Adelmir Santana (PFL) substitui Paulo Octávio no Distrito Federal. José Nery Azevedo (PSOL) assume a cadeira de Ana Júlia Carepa e Paulo Duque (PMDB), segundo suplente, a de Sérgio Cabral – o primeiro suplente, Régis Fichtner, será o chefe da Casa Civil no governo de Cabral.

Apesar de ganharem meio mandato (o mandato completo é oito anos) no Senado, Adelmir Santana e José Nery refutam o “rótulo” de fantasmas. Os dois culpam o sistema eleitoral pela pouca visibilidade que os suplentes têm nas eleições.

“Por força constitucional, cada senador tem dois suplentes. É uma situação esdrúxula, até pela própria dimensão do mandato de senador, mas ninguém chega à suplência de senador sem ter uma carreira política”, disse Santana, em entrevista ao G1.

“Entendo que é preciso que o suplente se apresente, expresse suas opiniões para que os eleitores tenham a oportunidade conhecer suas propostas. Os partidos ou a própria legislação precisam permitir que o suplente tenha mais participação”, analisou Nery.

Para Santana, a eleição para o Senado precisa de mudanças. “É preciso buscar uma alternativa, pois não vejo com bons olhos os comentários que são feitos sobre os suplentes. Mas estamos obedecendo o que diz a Constituição”, destacou o pefelista.

Já o suplente de Ana Júlia enfatiza que é preciso esclarecer o eleitor de que ele está votando na chapa, e não apenas num candidato. “Os eleitores têm de compreender que…”


SE DESEJAR ler a íntegra da notícia, pode fazê-lo acessando a página do “G-l”, o portal de notícias das Organizações Globo, no endereço http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,AA1349042-5601,00.html.

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