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Piratini. Yeda tem apoio de 35 deputados na Assembléia. Mas isso talvez seja insuficiente

Vou escrever agora, 14 de novembro, 48 dias antes da posse, para que depois não venham dizer que estou sendo oportunista: embora Yeda Crusius, legítima governadora do Rio Grande do Sul, eleita pela maioria dos gaúchos, tenha um apoio fantástico no Legislativo Estadual (35 deputados de um total de 55), não é garantia de facilidades para aprovar tudo o que pretende. Ou pelo menos tudo o que prometeu, na campanha eleitoral, e tem reafirmado nesse momento de transição.

Será minha afirmativa intempestiva? Talvez. Mas prefiro fazê-la assim mesmo. E por quê? Simples: embora unidos em torno da governadora do PSDB, os demais partidos têm todos os seus interesses singulares e que tendem a brotar de uma hora para outra, ao sabor das vontades individuais de cada parlamentar. E são sujeitos a pressões das bases, nem todas exatamente yedistas. Menos ainda tucanas.

Terá, Yeda, que articular e muito bem caso a caso, o que pode levá-la a um desgaste incomensurável. Perguntará você, caro leitor: teria ela outra saída. E a resposta, óbvia, não. Sem esse apoio amealhado agora, não poderia aprovar nada na Assembléia. Mas os que aderem não o fazem de graça, longe disso. Isto é: terá que lotear o governo entre as várias agremiações, para satisfazer siglas e gentes.

Para garantir um governo minimamente tranqüilo, a governadora – se é que ela aceita essa sugestão – terá que enviar à Assembléia Legislativa, na primeira hora do governo, todos os principais projetos que tem em mente. Repito: tooodos. Será mais fácil aprová-los, exatamente usando esse respaldo de quase dois terços do Parlamento. Depois, vai por mim, será mais difícil. E, ao longo do mandato, terá que ter (e torço para que tenha, em nome do Rio Grande) um jogo de cintura extraordinário para suprir, sem perder a identidade política, uma variada gama de interesses.

Em Santa Maria mesmo – exceção feita a Jorge Pozzobom e a outros nomes que não enchem os dedos de uma só mão -, o PSDB não tem quadros suficientes para ocupar sequer um terço dos principais cargos de confiança. E aqui no município, portanto, se não houver unidade férrea do governo, cada um irá para o seu lado. Não necessariamente o mesmo do programa liderado pela governadora.

Em nível estadual, por outro lado, são nítidas as pressões dos partidos aliados (sempre gentilmente, claro, e nunca de público) por nacos importantes do governo. E até mesmo aquele que muitos diziam candidato natural ao cargo de secretário da Fazenda, o economista Aod Cunha, sofre contestações. Claro que isso faz parte de grupos que também querem o poder. E Yeda, com certeza, já deve ter percebido isso. E reagirá. Ou não. É preciso conferir.

Agora, de onde partem as pressões, objetivamente? Não se sabe. Mas leia o texto do jornalista Políbio Braga, um yedista de primeira hora na mídia, e veja se, nas linhas e entrelinhas, não está ele bombardeando o principal assessor da futura governadora. Leia, e diga se tenho ou não razão:

”Yeda começa as costurar o secretariado

No decorrer desta semana, a governadora eleita do RS, Yeda Crusius, aprofundará os contatos para arredondar a escolha do secretariado, encaminhar negociações com o governo federal (simultaneamente com conversações com seus colegas governadores) e definir sua posição sobre o orçamento estadual para o ano que vem. Yeda fechou na prática o apoio de 35 dos 55 deputados da Assembléia. Será sua base de apoio.

A maioria será aplastante diante da oposição, que terá apenas 13 deputados. Yeda já conversou com todos os grandes Partidos. Esta semana, a governadora encontrar-se-á com as siglas emergentes que lhe apoiaram no primeiro turno: PSC, PT DO B, PHS, PRONA, PAN, PHS e PL estarão discutindo sua participação no governo. Antes disto, nesta segunda, a governadora voltou a conversar com os grandes Partidos.

A VITAL ESCOLHA PARA A SECRETARIA DA FAZENDA – Ainda não foram definidos os novos secretários e nem mesmo o economista Aod Cunha é certo para a secretaria da Fazenda. Seu perfil é mais próximo do cargo de secretário do Planejamento. O novo governo terá negociações pesadíssimas e representativas a fazer com autoridades federais do maior escalão, além de conversações pesadas com os congressistas, governadores,…”


SE DESEJAR ler a íntegra do texto, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://www.polibiobraga.com.br.

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