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Preço. Para apoiar novo governo de Lula, PMDB cogita receber até 8 ministérios. E não é tudo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reassume as atividades plenas do cargo nesta segunda-feira, após passar o feriadão na Bahia. Afora as atividades corriqueiras da administração que está encerrando em dezembro, começa a articular pessoalmente a formação do governo no segundo mandato, que inicia em 1º de janeiro.

Já se sabe da intenção lulista de contar, além dos já tradicionais aliados – PSB, PC do B, PTB, PR (antigo PL) e PP (exceto o gaúcho) -, também e especialmente do PMDB. O que não é conhecido, ainda, é o preço político a ser pago por esse apoio – que, no entanto, tende a se concretizar. Mas não será barato, com certeza.

Pelo menos é o que se deduz de reportagem publicada no jornal O Estado de São Paulo, em sua edição deste domingo. Assinado pelo repórter Marcelo de Moraes, da sucursal brasiliense do Estadão, o texto fala em pedidos como até oito ministérios. Mas não apenas isso. Os peemedebistas também desejam ajuda para o partido presidir, ao mesmo tempo, a Câmara dos Deputados e o Senado.

Convenhamos, não é pouca porcaria (como dizia minha nona). Será que o Presidente está disposto a pagar tudo isso? Ou é apenas um jogo peemedebista, que atira pra cima, pra ficar no meio? Hein? Isso sem falar que, para aprovar emendas constitucionais – que exigem dois terços dos votos nas duas casas do Parlamento – Lula terá, também, que ter no mínimo uma boa articulação com os oposicionistas. Sem eles, nada passa, em termos de reforma da Carta Maior. Aí, mais que no PMDB, as dificuldades são evidentes, pelo menos por enquanto.

A propósito das negociações com as lideranças do PMDB, e o que elas pretendem, e também sobre as asperezas na relação com as bancadas da oposição, vale a pena ler a reportagem do jornal. Confira:

”Aliados vinculam apoio a reforma política a participação no ministério
PMDB, principalmente, quer entre 6 e 8 pastas e já pediu ajuda para eleger presidentes da Câmara e do Senado

O sucesso de qualquer reforma constitucional que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queira fazer dependerá das negociações políticas para montar sua futura equipe e da sucessão para o comando da Câmara e do Senado. Lula já foi avisado por dirigentes de partidos aliados que propostas polêmicas, como a reforma política, só passarão no Congresso se houver grande mobilização do governo e real entendimento com a base de apoio. Por real entendimento leia-se a satisfação com os postos e com o espaço recebido na formação do segundo governo.

Os dirigentes peemedebistas querem apoio do governo para comandarem a Câmara e o Senado e não esperam menos que seis ministérios. O que já seria um crescimento de 100% em relação ao primeiro mandato, em que tiveram Comunicações, Minas e Energia e Saúde. Mas eles acham que o número ideal seria oito, porque isso provaria que Lula deseja mesmo fazer um governo de coalizão com o PMDB.

O nó a ser desatado é grande. A questão para Lula será atender aos líderes do PMDB sem ser obrigado a lotear sua equipe ou enfraquecer demais seu próprio partido, o PT. E não há tantos postos disponíveis assim para oferecer a todos os aliados.

Além disso, alguns aliados, como o senador do PMDB José Sarney (AP), podem ficar com espaço superior aos dos demais. No primeiro mandato, Sarney efetivou seu aliado Silas Rondeau nas Minas e Energia. Agora, está em curso a negociação para que sua filha, a senadora Roseana Sarney (sem partido-MA), se torne ministra. Assim, se o PMDB ficar com seis pastas, duas serão ligadas ao clã Sarney. É mais espaço do que já tiveram vários aliados. No primeiro mandato, PTB, PPS, PP e PSB comandaram uma pasta. PL e PC do B chegaram a duas, em certo período.

A mesma lógica serve para PC do B, PSB, PP, PL e PTB (os dois últimos negociam fusões com outras siglas e podem mudar de nome e tamanho). No caso do PP, já há sinal de desconforto. O partido gostaria de manter Márcio Fortes no Ministério de Cidades, que tem boas verbas e visibilidade política. Mas cresce no governo e em especial no PT o desejo de ver na pasta a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. Dependendo de seu destino, o PP pode acabar se tornando um problema…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal “O Estado de São Paulo” na internet, no endereço http://www.estado.com.br/editorias/2006/11/05/pol-1.93.11.20061105.7.1.xml.

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