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Uma tese. Grande mídia, sem querer, ajudou a reeleger Lula. Será? Será meeeeesmoooo??!!

A escritora paulista, pesquisadora em literatura brasileira contemporânea, jornalista e publicitária Márcia Denser é colunista de um das mais prestigiadas páginas políticas da internet. No caso, a Congresso em Foco. Baseado em Brasília, no centro do Poder, o site é um bom indicativo do que acontece no planalto central – especialmente no âmbito legislativo mas, também, no executivo.

No que toca a Márcia, ela tem uma opinião bastante singular. De um lado, deixa claro que a grande mídia foi contra Lula – inteiramente favorável e participativa da campanha de Alckmin.. Mais que isso, trabalhou para derrotar o Presidente de uma forma firme e decidida. Mas, ainda assim, como se sabe – e a ser verdadeira a tese – não conseguiu. Ao contrário, foi ela a derrotada.

Até aí, nada muito diferente do que se disse e escreveu. A novidade, e por isso Márcia se torna única e, portanto, digna (sem falsa modéstia do editor) de ser citada e reproduzida aqui, é um de seus argumentos principais. A singularidade da opinião da colunista do CF é acreditar, e embasar a análise, que a mídia, no fundo, no fundo, ajudou o Presidente a conquistar novo mandato. Mas, será mesmo? Nããão sei. Em todo caso, vale a pena ler. Ah, o item (4), que não reproduzo aqui, também não está no original – não fui eu a inventar a ausência do glorioso quatro. Confira:

”Eleições 2006: o day after

O segundo turno dessas já históricas eleições de 2006 deixa um saldo importante, de forma que, fazendo uma espécie de balanço, gostaríamos de apontar algumas conclusões:

(1) Assim como a esquerda revelou-se corrupta, tanto ou mais que a direita, esta, por sua vez, perdeu a vergonha ou “má consciência” de se assumir como direita, defendendo com unhas e dentes seus interesses e privilégios de classe, aliciando um coro de adeptos ferozes entre as classes médias onde é mais espessa a inconsciência perversa, burra e antidemocrática, com tolerância zero à opinião discordante. Mas a esquerda, por outro lado, prossegue reincidindo em velhos erros históricos, tais como o divisionismo, a exemplo de Heloísa Helena e Cristovam Buarque, e divisionismo burríssimo porque se repete sempre e sempre, feito cachorro que morde o rabo, impedindo-a eternamente de se tornar hegemônica. Finalmente, todas essas questões indicam que o confronto esquerda e direita talvez já não funcione mais como referencial político imediato, pois apesar de continuar em movimento, ele agora parece girar em falso.

(2) Porque, em menor escala, a polarização que se verifica em nossa sociedade, representada pela oposição Lula X Alckmin, reflete a “mudança de paradigma”, tão discutida na universidade, a indicar que o mundo não mais se divide em direita e esquerda, socialismo e capitalismo etc., pois desde o colapso da União Soviética e do socialismo real e graças à difusão ao “pensamento único”, o conflito verticalizou-se, repartindo-se em Norte-Sul, os de cima e os debaixo, pobres e ricos, centro e periferia, os países ricos do hemisfério Norte e os países pobres do hemisfério Sul, o últimos constituindo o G-20, composto por países como Brasil, China, Índia etc., em oposição ao G-8, o jet set do planeta.

(3) A síndrome que podemos chamar de “watergatização” da grande mídia, ou seja, “vamos derrubar o governo Lula porque temos poder para isso”, como observou o jornalista Luís Nassif, desta vez não funcionou: a grande imprensa bateu tanto em Lula que literalmente o “martirizou”. Cada vez que ela proclamava a vitória de Alckmin nos debates, dias depois era desmentida pelas pesquisas de opinião. Mas a falta de respeito, desconsideração e preconceito para com Lula (vide o famoso pontapé na capa da Veja) , na linha ” mesmo presidente da República, ele continua pobre e ignorante”, pesaram definitivamente na balança…

(5) A questão do confronto entre indivíduos, conforme a abordagem da imprensa burguesa – que, histórica e estrategicamente, não contrapõe idéias ou movimentos ou causas coletivas, apenas pessoas – foi outro tiro pela culatra. Segundo o jornalista Flávio Aguiar, não se tratou apenas de um confronto psicológico. Lula destruiu o ethos da candidatura Alckmin. Este se viu obrigado a trair seu ideário, sendo advertido pelos próprios aliados. Mas a pecha de privatista foi fatal.

(6) Porque à mídia conservadora, que louvou as privatizações como “o que de melhor foi feito na economia brasileira durante o governo FHC“, escapou um pequeno detalhe, que agora ficou claro: 70% da população disse não às privatizações. Antes, Alckmin jurou que não privatizaria a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, enquanto as privatizações do Metrô paulistano e da Nossa Caixa prosseguem a todo vapor, encobertas por uma mídia que hipocritamente silencia a respeito.

(7) E mais: Alckmin chegou a posar como antiprivatista (quando esta coluna desde janeiro deste ano já havia assinalado essa questão em seu programa, segundo declarações do próprio ex-governador), adotando para si todos os programas do adversário, como o Bolsa Família, pretendendo até ampliá-los (sic). Diante dessa, Nassif não resistiu: “Bom, se ele vai adotar os mesmos programas do Lula então mantenha-se o original!”. Assim, a candidatura Alckmin sucumbiu às suas próprias contradições…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do Congresso em Foco, no endereço http://www.congressoemfoco.com.br/DetArticulistas.aspx?colunista=11&articulista=309.

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