Nem lá, nem cá. A opção de Lula por negociar sempre. E o que de bom e ruim há nisso
O jornalista da Folha de São Paulo, Kennedy Alencar, assina aos domingos a coluna Brasília Online, na Folha Online, o braço de internet do jornalão paulista.
No artigo desta semana, colocado na rede há poucos minutos, Alencar fala do meio-termo, a posição preferida pelo presidente recém reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. É verdade que o tom do analista é, digamos, meio pessimista em relação à posição presidencial e os efeitos, dela, sobre o futuro do governo.
Mas também não deixa de clarear de onde vem essa opção pela negociação, oriunda basicamente dos primórdios sindicais do Presidente. Só que, é o que se de deduz da Alencar, isso pode ser desastroso para um projeto concreto de futuro para o País. Bem, que tal você mesmo ler o que ele escreve. A seguir:
Lula sempre opta pelo meio-termo
“Na dúvida, sempre aposte que o Lula vai escolher o meio-termo”, assim um dos ministros mais próximos de Luiz Inácio Lula da Silva resumiu no início de 2003 qual seria o processo de decisão do presidente da República que acabara de chegar ao Palácio do Planalto. Desde então, batata.
Em consonância com a tradição sindical, Lula adora uma mesa de negociação. E acha que a boa solução é a que está no meio do caminho. Isso é verdade em alguns casos, mas pode ser desastroso noutros. Denota certo comodismo, até mesmo conservadorismo.
Lula também é vítima de freqüentes recaídas voluntaristas. Antonio Palocci Filho, que precisava convencê-lo cotidianamente do rumo econômico adotado quando o PT assumiu o poder central, sabe muito bem disso. Hoje, Palocci está fora do governo. E Lula quase cedeu à tentação de encontrar alguma mágica na economia. Exemplo: pensou em trocar a diretoria do BC numa tacada.
Mas recuou. Ao longo da série de reuniões para discutir as medidas econômicas que deseja implementar no segundo mandato, Lula foi abandonando o tom voluntarista e incorporando uma visão mais moderada.
Dificilmente errará quem apostar que o pacote econômico será uma combinação de “desenvolvimentismo” e “monetarismo”, para usar duas generalizações que acabaram sintetizando porcamente as posições de grupos em conflito no governo e na sociedade.
A inflexão da política econômica começou no final de 2005, acertada por Lula com o então ministro Palocci. Neste ano, houve uma expansão de gastos premeditada para vitaminar o projeto reeleitoral do presidente. Deu certo. Em 2007, Lula puxará o freio, garantindo algumas válvulas de escape.
É melhor do que optar pelo voluntarismo, sobretudo se ele for turbinado pelo despreparo de auxiliares que se mostram ineficientes no gerenciamento do governo e na formulação da política econômica. No entanto, é pouco para um país como o Brasil.
O desastre parece que será evitado. Isso é bom. Pena que talvez seja sinal de mais uma oportunidade perdida.
Explicando: como poucos líderes em nossa história, Lula tem todas as condições políticas e simbólicas de bancar uma modernização capitalista. No entanto, dificilmente a fará. É algo que exigiria a adoção de medidas impopulares no curto prazo que só seriam reconhecidas como necessárias e positivas no…
SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Kennedy Alencar, pode fazê-lo acessando a Folha Online, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/brasiliaonline/ult2307u132.shtml.
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