Parlamento. Briga, como diz o gaúcho, ‘de foice no escuro’, para presidir a Câmara e o Senado

É muito poder em jogo. Não apenas a mera presidência de uma das Casas do Congresso, senão que o detentor do cargo pode decidir muita coisa que vai, ou não, tramitar. E o prazo em que isso vai ocorrer. E… e… e… E é poder que não acaba mais, envolvendo todos os grandes atores políticos do País, a começar pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Aliás, o próprio Lula tem deixado claro preferir aliados em cada um dos cargos principais do parlamento brasileiro. Por ele, inclusive, fica tudo como está, com o comunista do B, Aldo Rebelo, na presidência da Câmara e Renan Calheiros, no Senado.

As chances desse fato se tornar realidade em 1º de fevereiro, data das duas eleições, até que são bem razoáveis. No entanto, talvez Lula tenha que convencer antes os seus principais aliados, exatamente o PT e o PMDB.

Quem está tratando esse assunto, com bastante e suficientes dados, é o site Último Segundo, em reportagem publicada com informações colhidas pela agência de notícias Nordeste. Vale a pena ler:

”Esquenta a disputa pelas Mesas da Câmara e do Senado
A disputa pelas Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal vai dominar o cenário no Legislativo até 2 de fevereiro, quando ocorrerá a eleição efetiva para o comando do Congresso Nacional. A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de postergar a composição ministerial do segundo mandato alimenta a fome dos partidos por cargos, ao mesmo tempo em que os obriga a se entenderem

O PMDB vai jogar duro para fazer valer o direito regimental de presidir a Câmara na próxima legislatura. Com o posto de maior bancada eleita em 1º de outubro (89 deputados), a legenda não está disposta a ceder ao PT o terceiro cargo na sucessão da República, em troca do apoio do Governo e de petistas à reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado. Este ano, o PT elegeu a segunda maior bancada da Câmara (84 deputados).

Na próxima quarta-feira, peemedebistas na Câmara se reúnem para bater o martelo sobre a decisão de indicar um nome para a disputa. Potenciais concorrentes à indicação do PMDB, os nordestinos Geddel Vieira Lima (BA) e Eunício Oliveira (CE) estão confiantes na imposição do partido pela candidatura própria e deixam o enfrentamento entre si para uma segunda etapa. “Ninguém é doido de ir para a disputa sem o apoio da bancada. Não se pode ser candidato de si mesmo”, alerta Eunício. “Primeiro é preciso um nome que unifique a bancada. Não sou um aventureiro da política. Não vou fazer campanha avulsa para eventuais barganhas”, insinua Geddel.

Pragmático, o deputado Geddel Vieira Lima já calcula o saldo de um provável entendimento entre o PMDB e o PT pela presidência da Câmara. “Qualquer candidato que represente os dois partidos já sai de cara com, no mínimo, 160 votos”, aponta. O mínimo para se ganhar a eleição de presidente são 257 votos – metade da composição da Casa (513 deputados) mais um.

Mas não será apenas o PT a pedra no caminho do PMDB para que o regimento da proporcionalidade seja respeitado. Apesar de deputados e senadores insistirem que a Câmara e o Senado são Casas distintas e, portanto, suas disputas pelas presidências não devem ser atreladas, o PFL avisa que só concordará em apoiar os peemedebistas na sucessão de Aldo Rebelo (PCdoB) se estes abrirem mão de reelegerem Renan Calheiros a favor de José Agripino (PFL-RN) – candidato pefelista no Senado.

“O regimento é claro: na Câmara vale a (proporcionalidade na data da) diplomação do maior partido e no Senado, a (proporcionalidade no resultado da) eleição. Se (os peemedebistas) nos apoiarem lá (no Senado), nós fecharemos com eles aqui”, impõe o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), cujo partido elegeu o maior número de senadores, mas na data da diplomação terá menos que o PMDB.

Ao lado do colega de Estado Walter Pinheiro (PT-BA), Geddel Vieira Lima defendeu na última semana, em conversa no Salão Verde, uma saída para o PMDB e o PT, caso não consigam emplacar a candidatura a presidente da Câmara: quem mostrar maior visibilidade e chances reais de…”

SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do “Último Segundo” na internet, no endereço http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/brasil/2612501-2613000/2612607/2612607_1.xml.