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Tiroteio. Se era balão de ensaio, proposta pró-imposto mais elevado se voltou contra Yeda

Não há outro assunto, no meio político e também no empresarial, desde que surgiu, na terça-feira, a suposta proposta da equipe de transição da governadora Yeda Crusius de manter o tarifaço do ICMS para os setores de telecomunicações e energia, entre outros, e ampliar a tarifa básica do principal imposto do Estado em 1%, de 17% para 18%. Só se fala nisso, na verdade, inclusive superando discussões como as da montagem do segundo escalão do governo.

De qualquer forma, estaria agendada para esta quinta-feira uma audiência da futura com o atual governador Germano Rigotto. Afinal, qualquer pacote fiscal, para entrar em vigor, tem que ser aprovado no ano anterior, pelo Legislativo. Simplificando: se Yeda quiser mesmo majorar qualquer tarifa de imposto terá que vê-lo chancelado pelo parlamento ainda em 2006. E também, por princípio constitucional, só poderá ser cobrado após 90 dias, devendo entrar em vigor, de fato, em abril.

Ok, ok. Vai que seja isso mesmo. E aí? Bem, se poderá falar de tudo, menos de “novo jeito de governar”, como apregoava a então candidata do PSDB ao Palácio Piratini. Sem falar que a promessa de campanha era outra, diametralmente oposta: contra o aumento de tributos.

O jeito é esperar para saber, mas se era um balão de ensaio, furou, simplesmente. Basta que se leia a opinião de alguns aliados da governadora. Nesta quarta, por exemplo, falando à Rádio Gaúcha, o líder do PSDB (atenção, doooo PSDB) na Assembléia, disse não ter sido consultado a respeito. Mas é contra. Foi enfático: “nos elegemos com a proposta de dar desenvolvimento ao Estado, mas sem aumento de imposto. “

Outro aliado, e seu futuro chefe da Casa Civil, o atual presidente da Assembléia Legislativa, o peemedebista Luiz Fernando Záchia, ainda que não tenha desmentido a hipótese de tarifaço, defendeu que o discurso da governadora eleita segue coerente. Então, ta.

E mais: para a Agencia Safras, citada em reportagem do site “Último Segundo” (http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/safra/2633501-2634000/2633559/2633559_1.xml), o presidente da principal entidade empresarial do Estado, a Federação das Indústrias, FIERGS, Paulo Tigre, refutou com veemência a possibilidade de reajuste das alíquotas de ICMS. E foi direto: “o mais grave é o fato de que em momento algum a equipe de transição do Governo Yeda Crusius dialogou com as entidades empresariais sobre a proposta do tarifaço. Essa mesma equipe estava na campanha eleitoral, quando houve a promessa pública de não elevar os impostos”.

Convenhamos, no mínimo eis aí uma “bola fora”. Sobra, porém, a pergunta? E se for sério? Se quiser mesmo a governadora ampliar a quota de impostos que o contribuinte já tem que pagar? Como defenderá a idéia de um “novo jeito de governar”. É, será difícil, não?

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