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’Caos aéreo’. Nomeação de Jobim colocou a mídia grandona (e a que se acha) na defensiva

Já escrevi o que penso de Nelson Jobim. Na coluna Observatório, que publico aos sábados no jornal A Razão e reproduzo aqui, na manhã do mesmo dia, até enfatizei o fato de um santa-mariense como ele ter conseguido furar a famosa frase (que talvez seja dele mesmo) de que a boca do monte não gosta de árvores. E que quando alguém cresce, sempre há quem queira podar, para que o incauto não seja mais que um mísero arbusto.

 

Jobim, definitivamente, a ser verdadeiro o dito popular, o desmentiu. E está acima de qualquer outra autoridade moral eventualmente criada em Santa Maria nas últimas décadas. Só que, e isso deveria ser (meu, ao menos, é) motivo de orgulho para os bravos habitantes da boca do monte, essa qualidade de estar em condições de assumir qualquer desafio, parece ser também a impressão de muita gente boa de qualquer lugar. E não apenas do centro da Província de São Pedro.

 

Não é por outra razão, penso, que de repente sumiram os especialistas. Em nota que publiquei dois dias após o acidente com o avião da TAM, cheguei a assinalar o fato de, em 25 anos de profissão, nunca, em momento algum, ter sabido da existência de tantos “especialistas” em aviação. Inclusive na mídia eletrônica opinativa (muuuito mais que informativa) santa-mariense.

 

Pois bem, desde a posse de Jobim, os tais especialistas sumiram. Ou, por outra, continuam no mesmo lugar. Mas com um certo constrangimento. Afinal, o mais ilustre santa-mariense de porte nacional está no governo Lula. E acusar o governo é colocar o ministro da Defesa no mesmo saco. Não ficaria bem, não?

 

Pois isso acontece não apenas na comuna, mas na província. E até, em certa medida, nas metrópolis – entendendo-se como tal a mídia grandona do Rio, São Paulo e Brasília. Quanto mais não seja por isso, Lula acertou na escolha. Pode ser que Nelson Jobim tenha dificuldades para resolver o enrosco aéreo. Mas, ao menos por enquanto, neutralizou a histeria. Que, nem sempre tão sensatamente, e com um bom tamanho de leviandade, se aproveitou da justa dor de quem perdeu entes queridos na tragédia de Congonhas.

 

Mérito da autoridade de Nelson Jobim. E de quem o escolheu, pois não?

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira a nota “Para Lula, ‘Jobim tirou o governo da defensiva’”, publicada pelo jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo.

Leia também o artigo  “Bons ventos e mares tranqüilos”, assinado pelo senador do DEM de Goiás, Demóstenes Torres, que também é Procurador de Justiça, repercutindo a nomeação de Jobim. O texto foi publicado pelo jornalista Ricardo Noblat.

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