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A análise. Há mais dúvidas do que certezas. No entanto, pode até ser um sucesso. Mas…

Os economistas, na média, se mostraram reticentes, ao saber dos meandros do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC. A oposição parlamentar demonstrou com clareza sua contrariedade – aliás, o que se poderia esperar, afinal oposição existe também pra isso.

Os governadores – só o catarinense e o roraimense não foram ao Palácio do Planalto prestigiar o lançamento – demonstram sua torcida para que dê certo. Afinal, eles também podem, quem sabe, sair ganhando com essa história, na medida em que os investimentos não serão em outro lugar que não nos Estados. Ainda que, registre-se, os de oposição não demonstraram, é natural, muito entusiasmo.

A grande realidade, porém, é que ninguém sabe o que vai acontecer. Exceto, claro, pelo otimismo óbvio do governo federal, o patrocinador do PAC, do qual não se poderia esperar outra coisa. Dentre todas as avaliações que li, e não foram poucas, extraio a do jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo. Leia o que ele escreveu em sua página na internet:

”PAC será um sucesso, caso não seja um fracasso

O governo deu à luz, finalmente, ao Plano de Aceleração do Crescimento. Prevê investimentos de R$ 503,9 bilhões no período de 2007 a 2010. A cifra resulta de uma previsão. E, como toda antevisão, pode ou não se confirmar. Há evidências de que o governo flerta com o erro. Mas é preciso reconhecer: será um erro suado. Os técnicos poderiam ter optado por uma cifra redonda. O número quebrado, a ousadia da vírgula demonstra o compromisso com o equívoco suspeitamente planejado.

Por que o desacerto ronda o PAC? Simples: o programa desenha um futuro róseo manuseando o chapéu alheio. Dos R$ 503,9 bilhões, só R$ 67,8 bilhões – ou R$ 16,95 bilhões anuais – virão do orçamento da União, sujeito ao controle estrito dos gestores públicos. Os restantes R$ 436,1 bilhões vêm das estatais e, sobretudo, da iniciativa privada.

As estatais já vinham realizando seus investimentos em anos anteriores. Nem por isso o país livrou-se de seus PIBinhos constrangedores. E quanto aos empresários, eles vão investir? O governo acha que sim. Mas crescimento econômico não se constrói à base de achismos. Hoje, um empresário que investe suas sobras de caixa em títulos públicos obtém, sem nenhum esforço, rentabilidade de cerca de 9% ao ano.

Para trocar o conforto do mercado financeiro pela incerteza da produção, o dono da grana precisa se convencer de que a conjuntura lhe oferece segurança. Uma sensação que não vem do dia para a noite. Por ora, falta o básico: a convicção de que as Agências Reguladoras estarão à salvo da sanha politiqueira.

O grande acerto da aposta de Lula consiste na virada de página. Passou-se a falar de crescimento, eis a grande novidade. Tão cedo a mudança de foco não trará os efeitos anunciados – a evolução da economia a taxas entre 4,5% e 5% do PIB. Mas o país se volta para o que interessa: o desenvolvimento. Nesse sentido, as medidas representam um avanço notável.

Houve uma lacuna relevante no anúncio do PAC. O governo não apresentou uma mísera providência que sinalize a disposição de conter os seus próprios gastos. Esperava-se que Guido Mantega desfiasse no Planalto um rosário cortes orçamentários. Mas o ministro limitou-se a informar que essa parte da história será contada nas próximas semanas.

O silêncio de Mantega mostra que mesmo os R$ 67,8 bilhões que o governo se dispõe a transformar em investimentos deve ser levado a sério apenas até certo ponto. O ponto de interrogação. É preciso dizer de onde vai sair a gaita. A evidência de que, por ora, há mais dúvidas do que certezas é a admissão de…”


SE DESEJAR ler a íntegra deste artigo, e outros sobre o mesmo tema, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/.

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