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Aldo e Chavez. Presidente Lula volta das férias e corre o seríssimo risco de ficar de ressaca

Presta atenção: no próximo dia 22, isto é, daqui a uma segunda-feira, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deverá apresentar ao país o seu “PAC” (Plano de Aceleração do Crescimento). Trata-se de um pacote de medidas que, acreditam os técnicos do governo, podem ajudar Lula a cumprir sua promessa de desenvolver o país à taxa de 5% ao ano. Já há críticas, antes mesmo de o conjunto de ações ser conhecido. Não tanto por sua capacidade de “acelerar” o crescimento, e mais porque é tímido, ou insuficiente para que o objetivo máximo seja atendido.

Quer dizer: nessa semana que resta, o governo terá que azeitar o que pretende e, ainda por cima, reduzir, minimizar que seja, os efeitos eventualmente negativos que possam surgir publicamente. Mas, se fosse apenas isso, tudo bem – no dizer dos interlocutores presidenciais. O problema é que há mais. E são pelo menos dois os grandes abacaxis a espera de Lula depois de sua temporada de 10 dias no litoral paulista. E que, se não forem corretamente conduzidos, podem levar o Presidente a uma bela ressaca pós-férias.

Um dos bodes a ser enfrentado é a sucessão na Presidência da Câmara. Lula, dizia-se, queria a permanência de Aldo Rebelo. Há indicativos seguros de que o comunista do B foi atropelado pela candidatura do petista Arlindo Chinaglia – nome que, não obstante seja do mesmo partido de Lula, não desgosta o Presidente. Mas há um tumor a ser arrancado.

O outro forrobodó instalado na volta lulista é uma reunião do Mercosul, que acontece por esses dias, no Rio de Janeiro, e que tem como principal estrela o venezuelano Hugo Chaves – o homem da revolução bolivariana que mostra claríssimas intenções autoritárias. Será este um problema interno da Venezuela ou afeta as relações dos demais parceiros do Sul do continente? Hein? Problemaço para Lula.

Quem trata também desse assunto, ou especialmente das questões Aldo e Chaves, é o jornalista Kennedy Alencar, na coluna “Brasília Online”, que ele assina no portal “Folha Online”, o braço de internet do jornalão Folha de São Paulo. Acompanhe:

”Aldo e Chávez são ‘abacaxis’ de Lula

Dois políticos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverão trazer alguma emoção ao começo do segundo mandato do petista.

Aldo Rebelo (PC do B-SP) tem demonstrado uma agressividade inusual e uma vontade de criar laços políticos com a oposição mais radical que poderão atrapalhar o sono de Lula se o comunista se reeleger presidente da Câmara.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, resolveu rasgar a fantasia. É sério candidato a ditador do Mercosul, bloco econômico e político do subcontinente que precisará se posicionar claramente a respeito da autocracia em construção na Venezuela.

Aldo era o preferido de Lula. Lula não acreditou no sucesso da candidatura do líder do governo, Arlindo Chinaglia, a presidente da Câmara. O líder petista na Câmara surpreendeu. Tem maioria entre os partidos da base de apoio lulista no Congresso. Fechou até com setores da oposição.

Aldo se chateou. E agora bate duro em Lula em conversas reservadas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso virou seu grande cabo eleitoral. A eventual vitória de Aldo, que parece improvável hoje, se dará à revelia de Lula. Significará um presidente da Câmara menos comprometido com o governo que ora começa.

Não há espaço para Lula levar Chinaglia a recuar. Os últimos movimentos de Aldo parecem ter afetado a relação de confiança entre o presidente e ele, levando em conta relatos de quem conversou com o petista na última semana.

Na política externa, Chávez era uma espécie de amigo levado que Lula precisava tutelar, apontando-lhe o bom caminho. Como o venezuelano foi vítima de tentativa de golpe, Lula contemporizava. O presidente brasileiro também achava que os EUA exageravam ao ver em Chávez traços ditatoriais. Chávez virou o herói do Fórum Social Mundial, um ídolo da esquerda mundial. Roubou a cena de Lula.

Como o petista se comportará a partir de agora? No terceiro mandato, Chávez anuncia a estatização de empresas de energia e telecomunicações. Quer poderes para governar por decreto. Pediu a um Legislativo emasculado que aprove a possibilidade de reeleições indefinidas. Promete submeter a decisão a um plebiscito popular para lhe dar legitimidade.

Os países do Mercosul se reunirão no Rio de Janeiro nesta semana. Será que fingirão que os passos largos que Chávez dá rumo a uma ditadura são assuntos internos da Venezuela?…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Kennedy Alencar, pode fazê-lo acessanda coluna “Brasília Online”, que ele assina no portal Folha Online, o braço de internet da Folha de São Paulo, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/brasiliaonline/ult2307u137.shtml/.

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