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Análise. Nem tudo é tão ruim na política pátria. E há um detalhe importante: ela está mudando

Luis Nassif é um dos mais respeitados jornalistas brasileiros. Hoje em carreira solo e tendo como clientes para sua consultoria alguns dos principais atores da economia brasileira, ele já passou pelos principais veículos de comunicação do País, tendo se notabilizado, porém, na Folha de São Paulo, jornal do qual foi colunista de economia e até do Conselho Editorial era integrante e de onde se retirou em 2006.

Pois é de Nassif, penso eu, uma das avaliações mais lúcidas (e muito provavelmente correta) acerca da conjuntura. E ele fala de algo que está acontecendo, a despeito do maniqueísmo que se percebe nos principais representantes da mídia. Estes, crê Nassif, talvez não tenham ainda notado a mudança que pouco a pouco começa a se impor. Dê uma conferida, e vê se ele, pelo menos, não demonstra coerência de argumentos:

”O novo quadro político

A política brasileira está em uma fase de transição fundamental, e que ainda não foi percebida pelos analistas em geral. O clima de guerra instaurado nas eleições fez com que, em parte relevante da chamada grande imprensa, continue a luta do “bem” contra o “mal”.

Só que o “bem” ou o “mal”, seja lá de que lado estiver, não é mais um todo homogêneo, como pretende essa simplificação maniqueísta. O jogo hoje é mais complexo.

Situação e oposição estão em processo de implosão e reagrupamento em torno dos candidatos com potencial político. Não existe mais a unicidade do PSDB e não existe no PT.

Na oposição, o grupo guerreiro se desfez. Parte dos carbonários, como Artur Virgílio e Eduardo Paes, trataram de se acomodar em outro quadro. Os senhores da guerra ficaram sós. No novo quadro, o presidente do partido Tasso Jereissatti desaparece. Orbitará cada vez mais ao redor de seu aliado de sempre, Ciro Gomes. Por essas loucuras que só a política brasileira explica, o político mais empenhado em derrubar Lula é aliado do político que mais apóia Lula. Isso porque a realidade regional sempre se impõe sobre a nacional.

De seu lado, Fernando Henrique sobrevive unicamente devido ao espaço que conquistou junto à mídia. Não tem cargo, e passou a se mover dentro de uma lógica suicida em que coloca sua auto-preservação acima das conveniências partidárias. Nesse embalo, não tem como não colidir com os interesses mais imediatos e objetivos dos dois presidenciáveis do PSDB, o governador de São Paulo José Serra e o mineiro Aécio Neves.

Outro ponto relevante no arranjo político é a volta do PMDB como grande partido nacional, unido como nunca mais esteve desde os tempos heróicos de Ulisses Guimarães. O PMDB procurará ocupar um espaço de centro-esquerda não sindical, que foi deixado vago pelo PSDB fernandista. E, nesse movimento, deixa o PSDB em sinuca. Ou o partido segue FHC, esquece sua história e tenta ocupar o espaço do PFL; ou há uma redefinição que, mais à frente, permitirá unir-se ao PMDB, que ocuparia o lugar que, antes era do PFL.

Mais uma vez emerge a confusão política brasileira. O partido que garantirá a sustentação política de Lula deverá ser a porta de saída para o candidato do PSDB que for preterido pelo partido.

Finalmente, há o papel do governo Lula. A estratégia do Planalto é reduzir a influência do PT, e ampliar a do PMDB. Mas o PT já demonstrou que não pretende submeter-se ao governo. Passado o desgaste dos…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Luis Nassif, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://z001.ig.com.br/ig/04/39/946471/blig/luisnassifeconomia/2007_01.html#post_18745783.

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