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Análise. Que pode se esperar de Lula, nos 4 anos adicionais de mandato que o povo lhe deu

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assume, na tarde desta segunda-feira, 1º de janeiro de 2007, mais um mandato de quatro anos. Ficará, portanto, oito mandando no Palácio do Planalto e residindo no Palácio da Alvorada. Não está em Brasília de graça. Muito ao contrário, enfrentando, entre outras reações fortes, a própria mídia grandona, escorou-se em programas sociais que beneficiaram diretamente milhões de brasileiros mais pobres. E eles, e também as outras classes sociais (que é uma realidade numérica indesmentível), lhe deram 60% dos votos. Foi uma verdadeira sova no seu oposicionista, o tucano Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo.

E agora? Hein? O que fará Lula no e com o segundo mandato? Quais as possibilidades e os riscos que ele têm pela frente? Como se comportará, entre outros agentes políticos, o próprio PT, do qual o Presidente é o principal (e único, cá entre nós) nome visível a toda a sociedade? E as propostas de reforma econômica colidem com a idéia do crescimento acelerado, que Lula promete desde que foi reeleito, em 29 de outubro?

São questões a espera de respostas consistentes, em benefício da Nação. O que fazer com elas? Bem, entre outros que tentam trazer alguma avaliação concreta sobre essas indagações, e coloca a sua opinião, está o jornalista da Folha de São Paulo, Kennedy Alencar. Confira o que ele escreve, e que é reproduzido pela Folha Online, o braço de internet do jornalão paulista:

”Lula e o segundo mandato

“Acelerar, crescer, incluir”. “Segundo governo, um novo começo”. Esses são os slogans dos cartazes espalhados por Brasília para marcar a segunda posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República.

A princípio, não têm nada de errado. Acelerar políticas acertadas do primeiro mandato, estimular o crescimento da economia e priorizar a inclusão social são objetivos que todos os governantes eleitos e reeleitos deveriam perseguir. Dizer que o segundo governo é um novo começo tem lá a sua pertinência retórica. E tentar melhorar o que foi feito é uma decisão política mais do que óbvia.

Repetindo: à primeira vista, nada de errado com os slogans preparados pelo jornalista João Santana, marqueteiro de Lula na reeleição e encarregado da criação publicitária da nova posse nesta segunda-feira, dia 1º de janeiro de 2007.

No entanto, tais slogans são mais do que propaganda política. Eles traem uma certa insatisfação de Lula e de alguns de seus principais auxiliares com o primeiro mandato. Revelam que o presidente e alguns ministros podem ceder a um voluntarismo light no segundo governo. Light porque não haveria um desastre, mas um retrocesso.

Lula tem dito que fará uma segunda gestão “diferente”. Ministros vivem repetindo que “mudanças” são necessárias. Ora, se o eleitor quisesse tantas alterações assim, ele não teria reeleito Lula. Se o petista foi reconduzido, é lícito supor que a maioria do eleitorado aprovou as políticas que adotou no primeiro governo. Do contrário, teria votado em Geraldo Alckmin (PSDB).

No entanto, apesar da significativa vitória em 29 de outubro com 60,83% dos votos válidos, o presidente parece querer se livrar do primeiro mandato. Dá a entender que tem vergonha dele, sobretudo da política econômica. Ora, há alguma coisa estranha aí.

Governar não é jogo de decisão de Copa do Mundo. Lula parece enxergar o segundo mandato como o segundo tempo de um partida de futebol na qual tem de chegar aos 45 minutos finais vencendo de goleada. Parece achar que terminou o primeiro tempo ganhando de um a zero e agora quer marcar quatro gols na segunda etapa para dar brilho ao título.

Governar é bem diferente de futebol, apesar de o presidente viver recorrendo ao esporte bretão em suas metáforas sobre poder. Convencido de que necessárias, um estadista pagaria o preço de adotar medidas duras ciente de que um eventual reconhecimento talvez só ocorresse depois de deixar o poder. O petista tem capital político e simbólico para, por exemplo, enfrentar de vez a questão fiscal…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Kennedy Alencar, pode fazê-lo acessando o portal da Folha Online, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult511u285.shtml

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