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Estratégia. Oposição, mas nem tanto. O jogo de Serra e Aécio só termina mesmo é em 2010

O governador de São Paulo, José Serra, concorreu (e perdeu) com Lula em 2002. Queria repetir a tentativa em 2006. Mas foi atropelado e dizem que ele próprio colaborou pra isso por Geraldo Alckmin – que, como se sabe, levou uma sova de votos do agora reeleito Presidente. Serra não se esforçou tanto assim. Inclusive porque pretende, ele próprio, tentar em 2010. Preferiu tentar (e venceu com facilidade) o governo paulista.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também chegou a ser citado como presidenciável em 2006. Especialmente por sua grande popularidade entre os mineiros. Ele nem chegou a jogar mais sério com a possibilidade, preferindo reeleger-se, com sobras, para um novo mandato, escorado numa montanha de votos. Como, de fato, aconteceu. Seu jogo, inclusive porque ainda é jovem, pode muito bem esperar por 2010.

E agora? Bem, agora ambos, Serra e Aécio se concentram em dois objetivos. Um, óbvio, é fazer um bom governo em seus estados. Se possível, com popularidade crescente. Outro, também bastante perceptível, é cacifar-se para concorrer daqui a quatro anos à Presidência da República.

O que haverá de diferente em 2010? A rigor, hoje, se pode dizer que uma única coisa: Lula não será candidato. E o PT, pelo menos por enquanto, não tem um nome competitivo o suficiente. Essa situação pode mudar, mas há outro fato importante a ser devidamente contabilizado: o atual Presidente, com seu prestígio popular, pode ser um grande cabo eleitoral. Logo, se o melhor é ter Lula como aliado, o menos ruim é não tê-lo como adversário.

Se esse raciocínio estiver correto, não hostilizar o atual Presidente pode ser a melhor política. É possível que seja exatamente isso o que motiva os dois governantes a manter-se na oposição, que afinal é o lugar que lhes foi destinado pelo pleito presidencial. No entanto, não lhes é interessante brigar com Lula. Então, qual a maneira mais correta de se portar, tendo em vista o seu objetivo estratégico? Bem, para entender, talvez seja interessante ler a reportagem de Carlos March e Expedito Filho, que o jornal O Estado de São Paulo está publicando. Confira:

”Serra e Aécio querem fazer oposição ao governo sem hostilizar Lula
Eles não pretendem virar inimigos do presidente, que não concorrerá, mas será o grande eleitor em 2010

Os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), os dois maiores detentores de poder real dentro do PSDB, vão influenciar o partido a exercitar uma postura de oposição ao governo federal, mas sem atacar ostensivamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Candidatos naturais à Presidência da República, os dois sabem que em 2010 Lula não poderá ser candidato, mas desfrutará a condição de eleitor privilegiado – e ambos perseguem o seu apoio. Essa dicotomia política chacoalhou o partido nas duas últimas semanas.

O primeiro episódio a marcar um movimento do principal partido de oposição na direção de Lula foi o apoio anunciado pelo líder na Câmara, Jutahy Júnior (BA), muito ligado a Serra, ao petista Arlindo Chinaglia na disputa da presidência da Câmara. A manobra, no entanto, foi rejeitada por parcela expressiva do partido, que viu, por trás do apoio, os dedos de Serra e Aécio. O chefe da Casa Civil de Serra, Aloizio Nunes Ferreira, rebate as acusações e diz: ‘O vigor oposicionista de Serra se evidenciou com clareza no seu discurso de posse’.

A ameaça de racha foi solucionada a partir do momento em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – que não detém poder real, mas tem força moral – divulgou uma nota condenando o apoio ao petista. FHC, que defendia o comunista Aldo Rebelo, reverteu a situação. Mas sabe-se que nos bastidores assessores de Serra pressionaram para que deputados tucanos não optassem pelo candidato próprio, enquanto Aécio, em férias nos EUA, se mantinha à distância. Aloizio admite ter dado sua opinião pessoal a alguns deputados, mas garante que Serra não se manifestou: ‘Dei apenas a minha opinião de deputado que ainda sou’.

MARCAS DE CANDIDATO

Serra e Aécio têm em conta que o candidato tucano para 2010 deverá cumprir três mandamentos: ostentar uma marca de esquerda (para quebrar a pecha de ‘partido de direita’ do PSDB), defender teses populares (para contrapor às políticas petistas) e ter o apoio de Lula ou, pelo menos, não ser visto como um inimigo dele. Serra tem dito a amigos que a postura oposicionista só se evidenciará com a prática. Mas muita gente no partido reclama uma atitude oposicionista bem visceral, que não poupe Lula…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal O Estado de São Paulo na internet, no endereço http://www.estado.com.br/editorias/2007/01/21/pol-1.93.11.20070121.1.1.xml.

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