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Jungmann. Sob acusação, ex-comunista usa, veja só, mesmo argumento de mensaleiros

Raul Jungmann, deputado federal pelo PPS, o ex-partido comunista, se defendeu nesta segunda-feira das acusações feitas pelo Ministério Público Federal. O MPF acusa o parlamentar de, ao tempo em que era ministro da Reforma Agrária, no governo de Fernando Henrique Cardoso, ter, junto com outros oito pessoas, desviado R$ 33 milhões.

Jungmann, já escrevi aqui, até decisão em contrário, é inocente. Mas penso que não deixa de ser curioso que, ao se defender, ao lado de ameaçar renunciar se as denúncias forem comprovadas, tenha se utilizado de argumentos rigorosamente iguais aos de muitos outros parlamentares acusados (pela CPI da qual o ex-comunista era um dos principais artilheiros) de receber o “mensalão” ou “propina” dos sanguessugas.

A argumentação vai desde “não tem absolutamente nada em minhas contas” até discrepância de valores “errados” no cálculo das comissões que (agências de propaganda) deveriam receber dos veículos de comunicação, “o que gerou uma despesa a mais de R$ 562 mil para o ministério, e não R$ 33 milhões”, que teriam, segundo a denúncia, sido “desviados”.

De qualquer forma, a parte o fato de todos (mas todos meeesmo) serem inocentes até prova em contrário, é fundamental oferecer espaço ao acusado. E é o que faz a reportagem publicada pela Folha Online, o braço de internet do jornal Folha de São Paulo. O material é assinado pela repórter em Brasília, Andreza Matais. Acompanhe:

”Jungmann diz que renuncia se denúncias forem comprovadas

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) disse hoje que renuncia ao mandato se ficarem comprovadas as denúncias de que ele desviou do Ministério do Desenvolvimento Agrário R$ 33 milhões no período em que foi titular da pasta – no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em sua defesa, Jungmann apresentou resultado de investigação realizada pelo governo Lula na pasta, que não apontou irregularidades.

“Eu renuncio ao meu mandato se encontrarem isso aí [na minha conta]”, disse referindo-se ao montante que teria sido desviado.

O argumento também foi usado por parlamentares acusados por Jungmann de participar dos esquemas do mensalão ou dos sanguessugas. “Eu renuncio ao meu mandato se encontrarem provas”, afirmou o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), na época em que era investigado pela CPI dos Sanguessugas. O senador foi inocentado, mas não conseguiu se reeleger.

A Procuradoria da República entrou com uma ação por improbidade administrativa Jungmann, acusado de participar de um suposto esquema de desvio de recursos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Além do deputado, mais oito pessoas e três empresas são rés na ação da Procuradoria.

Segundo a Procuradoria, o esquema envolvia o desvio de recursos públicos para o pagamento de contratos de publicidade do Incra, em um prejuízo estimado de R$ 33 milhões, entre os anos de 1998 e 2002. O desvio de recursos ocorria por meio de subcontratações superfaturadas, feitas sem licitação ou fiscalização.

O Ministério Público apontou a existência de compras de notas fiscais frias, pagamento por serviços não prestados, subcontratação de empresas fantasmas, entre outras irregularidades.

Entre os problemas estaria a contratação de uma jornalista por uma agência com por um salário mensal de R$ 12.000. A mesma jornalista trabalhava diretamente para o Desenvolvimento Agrária por R$ 3.000. Jungmann disse que…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página de “Brasil” da Folha Online, no endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u88629.shtml

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