Mais pobre. Heloísa Helena volta às aulas na Universidade de Maceió. O troco é que é magro
Quem me lê há bastante tempo (e não são poucos, ainda bem) já sabem o que penso da senadora Heloísa Helena. Entendo que ela foi uma inocente (que se revelou inútil) das forças mais reacionárias do País, embora ostente uma invejável coerência pessoal e política. Algo que raros, para não dizer nenhum, ostentam na discussão dos caminhos nacionais.
No entanto, a Musa dos descontentes com Lula, que concederam à alagoana do PSol menos de 6% dos votos na eleição presidencial, é de uma honestidade pessoal e política irretocável. E que, agora, depois de ter trocado uma possível reeleição pela aventura em busca do Planalto, deixa o Congresso Nacional em 31 de janeiro. E volta para as aulas na Universidade Federal de Alagoas.
Até aí, tudo bem. Só que ela vai sentir uma brutal mudança de patamar econômico. Sai dos R$ 12 mil de salário (fora os demais salamaleques que engordam o contracheque) para R$ 720 por 20 horas de aula semanais na Universidade. E que serão engordados por um salário de R$ 1.300 pagos pelo partido.
Este assunto, que inclui também o futuro político de Heloísa Helena, é tratado pelo jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo, em sua página na internet. E aí: o que será de HH? Confira:
HH volta a ser professora com salário de R$ 720
Durante 14 anos, ela deu expediente em câmara de vereadores, num gabinete de vice-prefeita e no Congresso. No último quadriênio, trovejou sua voz estridente nas CPIs que roeram a imagem do governo Lula. A partir de fevereiro, ela troca o plenário do Senado e o salário de R$ 12.800 – noves fora os benefícios indiretos – por uma sala de aula e um contra-cheque de escassos R$ 720.
Com certeza, é uma mudança de padrão. Mas isso é normal, resigna-se Heloisa Helena (PSOL-AL), cujo mandato de senadora expira em 30 de janeiro. Claro que as finanças contam. Sei terei de restringir o telefone. Talvez compre menos livros. Mas vou fazer feira, comer e viver normalmente.
Ao trocar a probabilidade de uma reeleição para o Senado pela certeza de uma derrota presidencial, HH impôs a si mesma uma volta ao passado. Já procurou Ana Dória, reitora da Universidade Federal de Alagoas. Acertou com ela o retorno à velha função de professora. Recomeça em fevereiro. Dará aulas de epidemiologia, como fazia 14 anos atrás.
A política privou HH de escalar os degraus remuneratórios que sua função pública oferece. Minha carreira foi paralisada. Perdi toda a possibilidade de ascensão funcional, diz ela. Teria direito a vencimentos de R$ 2.100. Mas, para manter-se na presidência do PSOL, optou por reduzir à metade a carga horária. Vai lecionar 20 horas semanais. Daí o salário miúdo de R$ 720.
Reunida na semana passada, a Executiva do PSOL dispôs-se a pagar um salário à sua presidente. Cogita remunerá-la em R$ 1.380. Um valor que, somado aos R$ 720 da professora, igualaria os R$ 2.100 que HH amealharia se desse à universidade dedicação exclusiva.
Descontada a parte do fisco, a quase ex-senadora terá R$ 1.800 para encher a geladeira. Não é nada de outro mundo, diz ela. Cargo eletivo é transitório. Sempre me…
SE DESEJAR ler a íntegra deste artigo, e também outros sobre a política nacional, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/.
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