No Piratini. A bordo de uma derrota prévia na AL, Yeda Crusius toma posse no governo gaúcho

Convenhamos: até onde vai a minha memória política, não lembro de uma assunção tão complicada de um governo. Isso vale aos três níveis: federal, estadual, municipal. No caso, do Executivo gaúcho.

A economista, ex-comentarista da RBS, e ex-deputada federal Yeda Crusius assume o comando do Palácio Piratini e, através dele, de todo o Rio Grande do Sul, sob condições pra lá de inusitadas.

Venceu uma eleição em que o antipetismo foi o principal artífice do resultado. Apoiada por todas as principais forças liberais e conservadoras do Estado, e também por importantes nacos do centro-esquerdismo, Yeda fez 55% dos votos. Uma divisão tipicamente gaúcha, aliás. E o que aconteceu, desde 29 de outubro? Simples: as divergências internas da correlação de forças ficaram evidentes a partir do momento em que a governadora eleita, que mostrou não saber negociar (terá que aprender, com certeza, no exercício do mandato) com suas próprias forças, acabou vendo reprovado pela Assembléia Legislativa o pacotaço que pretendia impor, dentro da idéia de zerar o déficit de R$ 2,3 bilhões das finanças públicas do Rio Grande do Sul.

Mais que isso, no roldão, perdeu três secretários de Estado antes mesmo da posse. E os substituiu, inclusive com uma evidente improvisação (leia mais, na nota “Piratini. Yeda completa o secretariado. Mas há uma evidente improvisação de última hora”, que publiquei na manhã de ontem, domingo, 31 de dezembro), menos de 48 horas antes de assumir o governo. Isso sem falar nas evidentes discrepâncias na visão de mundo (e de administração) entre a governadora e seu vice, o pefelista Paulo Feijó.

Ainda assim, e apesar de todas as dúvidas que movem a classe política e outras lideranças da sociedade (empresários e trabalhadores unidos na desconfiança, o que é outra novidade), resta torcer para que tudo dê certo. Afinal, o que quero (como você, certamente) é um Estado desenvolvido e livre das amarras que hoje o conservam no atraso. E que a posse seja o início efetivo de alguma coisa boa para todos os gaúchos.

Para saber mais detalhes sobre o que vai acontecer na tarde desta segunda-feira, em Porto Alegre, tendo como cenários os palácios Farroupilha (Legislativo) e Piratini (Executivo), confira a reportagem assinada por Mirella Poyastro, da Agência de Notícias da Assembléia Legislativa. A seguir:

”Governadora Yeda será empossada às 16h do dia 1º no plenário da Assembléia

A Sessão Solene de Compromisso Constitucional e Posse da primeira mulher a governar o Estado do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e o vice-governador eleito, Paulo Feijó (PFL), será realizada no plenário da Assembléia Legislativa às 16h de segunda-feira, dia 1º de janeiro de 2007. Yeda e Feijó serão recebidos na Esplanada do Palácio Farroupilha pelo cerimonial do Legislativo, sendo conduzidos à porta principal do Parlamento, onde serão recepcionados pelo presidente da AL, deputado Fernando Záchia (PMDB), e parlamentares.

Até o momento do início da cerimônia de posse, Yeda e Feijó permanecerão no gabinete da presidência recebendo cumprimentos e atendendo a imprensa. Os bastidores da solenidade e a sessão no plenário terão cobertura em tempo real dos veículos de comunicação da Assembléia: Agência de Notícias, TV Assembléia (canal 16 da Net) e Rádio AL. As informações poderão ser conferidas no site www.al.gov.rs.br.

Roteiro da posse

O presidente Fernando Záchia abre a Sessão Solene, que é interrompida logo após para os líderes de bancadas e dos partidos conduzirem Yeda e Feijó à Mesa do plenário da Assembléia. Záchia saúda as autoridades presentes e convida a todos para ouvirem a execução do Hino Nacional, interpretado pela soprano Cristina Sorrentino, acompanhada no piano por Jean Presser e nos violinos por Karlo Kulpa e Cristiano Loro.

Em seguida, Záchia convida Yeda Crusius a proferir o compromisso constitucional. Com a mão estendida, ela jura: “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis e patrocinar o bem comum do povo rio-grandense”. Então, o primeiro-secretário da Mesa, deputado Edemar Vargas (PTB), faz a leitura do Termo de Posse da governadora eleita, que imediatamente o assina – juntamente com os integrantes da Mesa –, passando aí a comandar o Estado. O mesmo rito será realizado com o vice-governador eleito, Paulo Feijó. Na seqüência, com a governadora e o vice empossados, todos no plenário ouvem o “Toque da Vitória”.

A já governadora Yeda Crusius irá à tribuna para seu primeiro pronunciamento como mandatária do Poder Executivo gaúcho. Em seguida, será a vez do presidente Záchia se pronunciar. A solenidade encerra com a execução do Hino Rio-Grandense. A solenidade deverá durar cerca de uma hora. A governadora Yeda e o vice Feijó deixarão o Parlamento acompanhados pelo presidente Fernando Záchia, que os conduzirá até a Esplanada do Palácio Farroupilha. Os recém-empossados seguem para o Palácio Piratini, onde ocorrerá a transmissão de cargo…”

SE DESEJAR ler também outras notícias sobre a posse da governadora e do Estado que ela deverá encontrar, pode fazê-lo acessando a página da Assembléia Legislativa na internet, no endereço http://www.al.rs.gov.br.