Partidos. Grandões renovam seu comando em 2007. E isso pode fazer toda a diferença

É verdade que brasileiro vota em pessoas, não em partidos. Não há como negar essa obviedade. Culpa de quem? Eles, os partidos, são os principais (talvez não únicos) responsáveis. Inclusive porque, no Brasil, programa de agremiação política é apenas um livrinho bonito que agrada as gráficas. E só. Cumpri-los, poucos se atrevem.

Por conta disso, é muito fácil ver uma sigla se compondo aqui com um, acolá com outro e mais adiante com um terceiro. E nenhum deles pensa do mesmo jeito. O que preside as decisões não é a doutrina, mas o interesse imediato. Tanto que são poucas, e pequenas, as siglas ditas “ideológicas”. Se as agremiações partidárias se comportam desse jeito, como exigir do cidadão uma postura diferente?

Por conta desse tipo de caráter dos nossos partidos é que raros acreditam numa reforma política séria, que implique no fortalecimento dos próprios agrupamentos políticos. Em todo caso, o assunto está em pauta mais uma vez. E não custa acreditar que, queeeem sabe, agora vai.

Uma das razões, há alguma enfim, para otimismo está no fato de que os principais, os grandões da política nacional irão renovar as suas direções agora, em 2007. Primeiro, logo aí, em março, o PMDB – o maior e mais complicado, talvez, de todos. Quem sabe não sai da convenção peemedebista uma diretriz única, para todo o país e à altura do próprio tamanho da agremiação? Sonhar não custa.

Depois vêm os outros mandões: (1) em maio o PFL, que deve se consolidar como a principal, do ponto de vista ideológico, agremiação oposicionista, fortemente fincada à direita no espectro político; (2) talvez ainda no primeiro semestre também o PT, que terá que descobrir uma maneira de, sem despegar-se de Lula, o que além de impossível é desaconselhável, tomar um tento para sobreviver por um longo período pós-lulismo no poder; e (3) em novembro o PSDB – que tem sérias controvérsias internas para resolver, inclusive para saber com quem vai disputar a próxima eleição presidencial.

Ah, e na pior das hipóteses, as direções do quarteto máximo do partidarismo nacional já coordenarão, internamente, as disputas de intervalo: a eleição municipal de 2008. Quer dizer, não faltará agito nesse ano que recém está começando. Em nível nacional, sim, mas com reflexos óbvios na província. E também na paróquia. Acredite.