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Planão. Críticas são pontuais, não na essência. E repercussão, na média, é considerada boa

Se você tomar as página dos mais influentes (se é que isso ainda existe, dados os últimos furos n’água da mídia grandona) terá a impressão que o tal Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma bela de uma porcaria. Os adjetivos são os mais diversos, entre analistas e, sobretudo, políticos de oposição – todos devidamente incensados pela opinião publicada. Na verdade, faltam análises mais objetivas, sem que o discurso predomine.

Genteee! Não é proibido ser contra. Ao contrário, é mais que interessante que se possa ter um contraponto. Do contrário, o decreto seria o caminho mais fácil para implementar o que quer que seja. Mas, e isso quem diz sou eu, o que mais se vê (e lê) são choramingos, alguns com o devido aval editorial. Sugestões concretas, não há uma.

Em todo caso, aqui e ali se percebem algumas notas capazes de aferir o que, de fato (e não para a arquibancada), pensam os que acabarão tendo que tratar do assunto na sua integralidade – e não apenas na superfície. Veja, por exemplo, o que escreve, a respeito repercussão do PAC nos meios políticos e econômicos, o comentarista da TV Bandeirantes, Franklin Martins, em sua página na internet:

”PAC ajuda a organizar a luta política

48 horas depois do lançamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), já dá para dizer que, de um modo geral, sua repercussão foi bastante boa. É claro que choveram críticas de todos os lados e de todos os matizes, o que é natural numa iniciativa dessa natureza, que mexe com tantos interesses e incide sobre tantas áreas.

No entanto, as críticas não se voltaram contra a essência do PAC: a inflexão na política econômica, com a redução da meta de superávit fiscal de 4,25% para 3,75% e o aumento dos investimentos públicos, graças aos ganhos obtidos com as quedas na taxa de juros. É um sinal de que a situação na sociedade estava madura para essa inflexão, que foi entendida como o governo a vendeu. Ou seja, como uma nova calibragem da política econômica, somente possível em função da melhoria dos fundamentos macroeconômicos, e não como uma ruptura com o que foi feito antes. A Era Palocci não acabou; simplesmente ficou para trás.

A reação do setor produtivo foi favorável. A maioria dos empresários peso-pesados, ainda que alimentando dúvidas sobre a eficácia do plano, fez questão de sair em sua defesa, dizendo que ele está no caminho certo. No setor financeiro, de onde poderiam partir críticas mais duras, o clima foi quase neutro, indicando que a redução da meta de superávit foi absorvida sem maiores traumas. O comportamento dos pregões ontem falou mais alto do que dez mil palavras. Nenhum deles se mexeu significativamente. Vida que segue, em aparente normalidade.

Mesmo os analistas e especialistas sempre convocados a criticar qualquer idéia ou iniciativa que fuja à mesmice predominante foram cautelosos nas suas declarações. De um modo geral, limitaram-se a vaticinar que o plano é tímido, não vai dar certo ou poderia ter ido além no corte dos gastos públicos. Para os padrões habituais, o tom foi inusitadamente moderado, um sinal de que a certeza no próprio discurso não é tão grande assim.

Alguns governadores e algumas centrais sindicais também bateram em aspectos do plano. A Força Sindical não gostou da proposta de que parcela do patrimônio líquido do FGTS possa financiar investimentos em obras. Já os governadores querem compensações para as perdas de receita provocadas pelas desonerações e desejam também discutir as obras definidas como prioritárias por Brasília. No fundo, tanto num caso como no outro, as hostilidades sob controle representam apenas a abertura de negociações. E assim foram entendidas pelo Palácio do Planalto. A ordem é conversar e chegar a um entendimento no que for possível…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Franklin Martins, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://www.franklinmartins.com.br/post.php?titulo=pac-ajuda-a-organizar-a-luta-politica.

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