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Rixa tucana. Apoio ao candidato do PT à presidência da Câmara expõe a divisão no PSDB

Se você pensa que o que interessa é apoiar ou não um petista para a presidência da Câmara dos Deputados está apenas parcialmente correto. Sim, é importante aos tucanos se resolver a respeito do assunto. E tanto podem apoiar Arlindo Chinaglia, do PT, como supostamente a bancada decidiu, mas pode dar uma volta atrás, quanto chancelar Aldo Rebelo, do PC do B.

Mas isso é apenas uma parte da história. Na verdade, é a menor delas. A questão toda é estratégica. E a tática é diferente para os pelo menos dois lados que se confrontam no ninho tucano. De um, por enquanto juntos, e diz-se favoráveis ao acordo conjuntural com o PT, os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves. Mais adiante, ambos vão se engalfinhar para saber quem é o candidato do PSDB à sucessão de Lula.

Mas, agora, o interesse é governar da melhor maneira as suas províncias. E a eles é conveniente, de um lado, mostrar boa vontade para com o governo, e de outro, demarcar terreno em relação a quem não tem a mesma opinião, mesmo que seja o presidente de honra da sigla, e ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

Por conta disso, por exemplo, já há a idéia inclusive de antecipar a disputa interna no PSDB, elegendo o quanto antes possível uma nova direção. Afinal, todos os lados aparentam descontentamento com o atual líder do partido, o cearense Tasso Jereissati. Complicado? Talvez. Então, que tal ler a avaliação do comentarista da TV Bandeirantes, Franklin Martins, em sua página na internet? A seguir:

”Divisão do PSDB vai muito além da Câmara

A forte reação de Fernando Henrique, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio à decisão da bancada do PSDB na Câmara de apoiar o petista Arlindo Chinaglia pode levar os caciques do partido favoráveis a esse apoio – entre outros, José Serra e Aécio Neves – a aceitar alguma solução de compromisso para evitar uma ruptura pública entre as duas alas.

É possível, por exemplo, que a Executiva do partido, que se reúne esta semana, opte por tomar distância da posição da maioria dos deputados, mas sem atropelá-la, impondo-lhe uma decisão contrária à sua vontade. Cada lado manteria a pose e seguiria em frente. É possível também que o compromisso se dê em torno da convocação de uma reunião formal da bancada na Câmara, que ratificaria ou retificaria a posição aferida na consulta feita pelo líder Jutahy Magalhães. Até lá, o PSDB ficaria no limbo – ou no muro, se preferirem.

Outras fórmulas estão em discussão, mas nenhuma delas conseguirá esconder o fato de que se abriu uma forte divisão interna no PSDB, que vai muito além da questão da composição da Mesa da Câmara. No fundo, o que está em jogo é o tipo de oposição que os tucanos querem fazer ao presidente Lula ou, dito de outra forma, o tipo de governo que os tucanos pretendem oferecer ao país, como alternativa ao atual.

A expressiva vitória de Lula nas últimas eleições, mantendo intacto seu capital político e eleitoral depois de um ano e meio de ataques furiosos, colocou a oposição diante do seguinte dilema: prosseguir na tática do choque frontal, apostando no tudo ou nada, ou trabalhar para uma distensão da situação política, que, no médio prazo, produza uma nova reagrupação das forças políticas? Até agora, ela não tem uma resposta clara para essa dúvida.

O PFL já se decidiu. Vai manter-se na oposição extrema, o que faz sentido para um partido que saiu muito enfraquecido das eleições e não tem perspectiva de poder a curto prazo. Mas o PSDB, que controla os governos dos dois estados mais importantes do país e têm dois nomes em condições de disputar a presidência da República em 2010, José Serra e Aécio Neves, não pode se dar ao luxo de apostar todas as suas fichas no quanto pior, melhor. Precisa estender pontes em relação a parcelas importantes do…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Franklin Martins, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://www.franklinmartins.com.br/post.php?titulo=divisao-no-psdb-vai-muito-alem-da-camara.

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