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Sim, é ela. Que Mantega, que nada, é Dilma quem vai cuidar do PAC. Para o bem e para…

Já escrevi sobre isso. Mas não custa relembrar, agora também em ilustre companhia; no caso a do analista Ricardo Noblat. O nome forte, mas forte mesmo, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é o da mineira-gaúcha Dilma Roussef.

Dilma, que é cristã-nova no PT, onde está há menos de uma década, oriunda do PDT, tomou o lugar de José Dirceu na Casa Civil e é a grande coordenadora do governo. Uma gerentona, dizem seus detratores. Uma supervisora, segundo seus admiradoras. E uma potencial candidata a alguma coisa grande no futuro, começam a articular alguns privilegiados observadores da cena nacional.

Agora, por exemplo, no momento em que o governo lança o Plano de Aceleração do Desenvolvimento, o PAC, do qual tratarei em notas seguintes, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, até que cuidou dos detalhes. Mas a obra, meeesmo, e pela qual é a responsável, é de Dilma. O que pode consagrá-la. Ou… Bem. Talvez seja conveniente ler o que o próprio Noblat escreveu nesta segunda-feira, mesmo antes do anúncio oficial do Plano. A seguir:

”A Era Dilma

Byebye Era Palocci que privilegiava o controle de despesas. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ser anunciado daqui a pouco pelo governo, prevê investimentos de R$ 500 bilhões nos próximos quatro anos. Ele é filho dileto da ministra Dilma Rousseff. E inaugura a Era Dilma na economia. Ou a Era Lula, 2a. parte.

Tão logo Lula se reelegeu, o ministro Tarso Genro, das Relações Institucionais, antecipou o fim da Era Palocci. Foi desmentido por Lula que assumiu a paternidade do que Tarso atribuíra ao ex-ministro Antonio Palocci, da Fazenda, defenestrado do poder por ter perseguido um caseiro que o flagrou onde ele jurava jamais ter posto os pés.

Onde já se viu atribuir a um subordinado o que dependia do aval do chefe? Em caso de erro grave, vá lá – corta-se cabeças embaixo para preservar a de cima. Foi assim no episódio do Mensalão quando o então ministro José Dirceu perdeu a cabeça.

Mas a Era Palocci não foi um erro grave. Não foi sequer um erro. Tudo bem que ele e o presidente do Banco Central Henrique Meirelles exageraram na dose ao manter os juros nas alturas, o que travou a economia. Mas os juros, hoje, nunca estiveram tão baixos. E Lula ganhou um novo mandato com quase 60 milhões de votos. Não pode se queixar.

De todo modo, o que se tentará daqui para frente é de fato sepultar a Era Palocci. A ordem é crescer ou crescer. E por mais que o programa seja acolhido com desconfiança no primeiro momento, ao fim e ao cabo poderá dar certo.

A conjuntura conspira a favor. A Venezuela do despirocado Hugo Chávez, por exemplo, nada em dinheiro devido ao preço do petróleo.Ém parte, é por isso que ele se dá ao luxo de falar grosso com os Estados Unidos.

A Argentina, país que no início dos aos 2000 aplicou o maior calote da história do capitalismo moderno, paga a quem se interessar por seus títulos míseros 1,9 pontos percentuais acima da remuneração dos títulos do tesouro norte-americano. Inimaginável há alguns anos.

A China continua crescendo. E o conservador Fundo Monetário Internacional calcula em 5% o crescimento da economia mundial em 2007.

Caiu a aversão ao risco por toda parte. Há dinheiro de sobra lá fora para ser investido em projetos interessantes. Não havia em dezembro de 2005 quando Palocci e o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, apresentaram a Lula uma proposta de ajuste fiscal de longo prazo. Previa cortes nos gastos correntes (pagamento de pessoal, Previdência, Educação e Saúde), e mais as reformas trabalhista e da Previdência.

Dilma taxou a proposta de “rudimentar” – e ali começou a se impor como ministra toda poderosa. Lula quer deixar a reforma da Previdência como dever de casa a ser feito pelo futuro presidente.

O substituto de Palocci, Guido Mantega, apontado pelas costas como ministro da Fazenda de Dilma, trabalhou nos últimos três meses para dar forma a um programa que correspondesse aos desejos de Lula e da nova czarina da economia. Ou fazia isso ou se arriscava a perder o emprego. Mantega fez – mesmo contra a opinião de técnicos que o assessoram. Meirelles conformou-se.

A essência do programa de Dilma é o aumento de investimentos para que o país cresça o mais rápido que possa. Dentro ou fora do governo, ninguém acredita que o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as nossas riquezas, cresça 5% em 2007 como Lula prometeu no dia em que foi reeleito.

Não será impossível, porém, que cresça 4% ou um pouco mais. Nada mal se comparado com a modesta média anual de crescimento dos últimos 12 anos – menos de 3%. Como o governo tem pouco dinheiro para investir, a saída será reduzir o superávit primário – ou seja: economizar menos para pagar os juros da dívidas interna e externa.

É uma aposta na queda forte da taxa de juros, em uma taxa de inflação sob controle e na ausência de crises que abalem a economia mundial. A inflação oficial do ano passado foi de 3,14%. A meta da inflação para 2007 é de 4,5%. Há, portanto, uma boa margem de manobra para que se pratique uma política monetária mais flexível.

Para que amanhã não se acuse o programa inaugural da Era Dilma de se despreocupar com a contenção de despesas, ele trará duas regras: a correção do salário mínimo se fará pela taxa de inflação + o crescimento real do PIB de dois anos atrás. O salário mínimo de 2008 aumentará, pois, com base na inflação dos 12 meses anteriores + o crescimento real do PIB de 2006.

A segunda regra: o gasto com os funcionários públicos será reajustado pela inflação + aumento real de 1,5% ao ano. Quanto a isso, haverá uma chiadeira danada por parte dos funcionários – mas Lula parece disposto a ganhar a quebra de braço com eles.

A obsessão de Lula é arranjar dinheiro para melhorar a vida dos brasileiros mais pobres, justamente aqueles a quem deve o segundo mandato. E tomar do ex-presidente Getúlio Vargas o título de o verdadeiro Pai dos Pobres.

A quem politicamente beneficiará a Era Dilma caso ela seja um êxito? Em 2010, a quem Lula abençoar para sucedê-lo – o que não garante a eleição do escolhido. Dali a mais quatro anos poderá beneficiar o próprio Lula que ainda será jovem o bastante para aspirar a um terceiro mandato.”


SE DESEJAR ler este e outros textos sobre questões políticas nacionais, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço www.noblat.com.br.

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