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Tema tabu. Doença (sob controle) do vice ajuda a turbinar sucessão na Câmara dos Deputados

Lembro de ter escrito sobre isso, acho que ainda no período logo após o pleito de outubro. Mais exatamente quando se anunciava nova cirurgia para extirpação de um tumor cancerígeno do corpo do vice-presidente José Alencar. Com todos os cuidados porque, afinal de contas, está-se falando, antes de qualquer coisa, de um ser humano.

E a realidade é que, ainda hoje, mesmo com a situação sob controle da saúde vice-presidencial, o fato existe. Assim como os legítimos pudores de que são tomados todos quantos tratam do assunto. Mas também é mais do que fato que, por detrás da disputa em torno da Presidência da Câmara dos Deputados, paira a sombra do tumor de Alencar.

É legítimo que assim se proceda, penso eu, aqui da província. Mas, que diabo, se está falando, no caso da disputa entre Arlindo Chinaglia e Aldo Rebelo e sabe-se mais lá quem que esteja se candidatando ao posto, do terceiro cargo da República. Imediatamente depois do vice. E é do que trata, a propósito, como também do comportamento esperado de quem está logo após o Presidente, o experimente analista Etevaldo Dias. Acompanhe o que ele escreve em sua página na internet:

”Saúde do vice é importante para eleição na Câmara

Este blog não tem deixado de comentar o essencial sobre a eleição do presidente da Câmara,mas com certo cuidado para não chatear o leitor. Afinal, não se trata de um tema empolgante.

A eleição do próximo presidente, entretanto, guarda um dado pouco comentado em público: a saúde do vice José Alencar. Os candidatos repelem qualquer insinuação a importância que o cargo ganhará com o eventual impedimento de José Alencar assumir a vice-presidência.Mas esta hipótese jamais deixou de ser considerada.

Vamos deixar de hipocrisia, José Alencar está muito bem de saúde – e que Deus o conserve assim – mas trata-se de um homem que se submeteu a duas cirurgias de alto risco de vida em decorrência de enfermidade grave, câncer.

Não há nada que indique que José Alencar venha necessitar de nova cirurgia, mas alguém, na sua idade, que passa por tratamento traumático requer cuidados especiais com a saúde. (Nossa, como é difícil falar da saúde do vice sem parecer mal agouro!)

Alencar pode ser levado a renunciar a vice-presidência. Esta hipótese já foi levantada em várias fases mais agudas da sua enfermidade. O seu impedimento colocaria o presidente da Câmara como o segundo na linha de sucessão da Presidência da República.

Ser presidente da Câmara e vice-presidente muda a importância do cargo.

Vice bom é vice que não aparece. Itamar Franco foi um péssimo vice. Fernando Collor tinha receio de deixá-lo ocupar a presidência. Em suas rápidas passagens pelo Palácio do Planalto brigou com ministros, ameaçou demitir o ministério, aprontou inúmeros constrangimentos. E conspirou escandalosamente pela derrubada de Collor.

Marco Maciel teve ótimo desempenho como vice de Fernando Henrique. Você se lembra de algum ato ou fato de Maciel no exercício da presidência? Eu não consigo me lembrar de nada.

José Alencar é bom vice. Como vice critica duramente a política os altos juros impostos pelo Banco Central, mas no exercício da presidência jamais criou problemas para a equipe econômica. Entende perfeitamente que vice é vice, mesmo quando está sentado na cadeira do presidente.

O próximo presidente da Câmara terá que ser alguém afinado pessoal e politicamente com o presidente, senão teremos problemas a cada substituição um pouco mais demorada. Já pensou se, por absurdo, apenas por absurdo,..”


SE DESEJAR ler a íntegra do texto, pode fazê-lo acessando o blog do jornalista Etevaldo Dias na internet, no endereço http://blogdoet.blig.ig.com.br/.

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