A nova fase. Chega a hora de cobrar promessa de ministérios com a porteira fechada
Praticamente definido o primeiro escalão, como você leu na nota imediatamente anterior a esta, abaixo, a briga passa a ser outra – tão grande ou mesmo maior que a disputa de faca e foice para conquistar esta ou aquela pasta ministerial. Especialmente porque, há quem entenda, o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva tende a ser mais tranqüilo, do ponto de vista administrativo, do que o primeiro.
Taí algo que só o futuro vai dizer. Não faltam desafios a serem vencidos, com demandas sociais que, provavelmente, provocarão contendas de desfecho imprevisível. Em todo caso, há otimismo – pelo menos entre aqueles aquinhoados com a participação no governo de coalizão. O que só acirra a nova fase da disputa pela participação no poder.
A dita coalizão receberá teste de grandes proporções já por esses dias. O presidente Lula nomeou três ministros, Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento) e Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais) para mapear, receber e sugerir nomes para os supercargos de segundo escalão. Alguns, inclusive, estão na categoria de supersuper, como é o caso da diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Petrobrás. Há bons indícios de mudanças de comando no primeiro, e poucas possibilidades de troca (na presidência, ao menos) na segunda.
Fiquemos com um caso gaúcho que me parece um bom exemplo, a CGTE, da área de Energia. Hoje, são petistas os dirigentes. E amanhã? Afinal, o ministério de Energia é do PMDB. E o presidente Lula, ou seus aliados espalharam indevidamente, teria garantido que as pastas a serem entregues aos parceiros de governos seria de porteira fechada. É? Será mesmo? Taí algo pra se conferir. Pessoalmente, duvido. Mas…
PS: há outro caso, no Rio Grande do Sul, que toca fundo inclusive em Santa Maria e seu pleito de ver concluída a BR 158. Um dos grandes mentores das obras em andamento é o superintendente do DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transporte), vinculado ao ministério dos Transportes, Hideraldo Caron – engenheiro formado pela UFSM. A pasta será comandada por Alfredo Nascimento, do PR. E daí? Caron, que é do PT, continua?
SUGESTÃO DE LEITURA – leia aqui a nota Partidos lulistas abrem guerra pelo segundo escalão, do jornalista da Folha de São Paulo, Josias de Souza.
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