É o cara. Com seu jeitão, vai comendo partidos, parlamentares e governadores. Pelas bordas
Diz a jornalista Eliane Cantanhêde, da Folha de São Paulo, que, referindo-se à reunião de Luiz Inácio Lula da Silva com os governadores de Estado, na terça-feira, quem (poucos), bem poucos) conseguiu entrar (no encontro) ainda na oposição saiu mais governista do que muito petista. E, mais importante, do ponto de vista do Presidente, na ponta do lápis, não deu nada de graça.
Qual o segredo de Lula? Como ele consegue, pelas bordas, ir comendo os partidos, governadores e deputados? No primeiro caso, vide o caso do PMDB, que está inteiro no colo presidencial, depois da renúncia de Nelson Jobim. E no terceiro, bem… precisa escrever?
Aliás, a coluna da jornalista no portal Folha Online, braço de internet da FSP, em que trata da participação do presidente no imbróglio envolvendo a agora abortada candidatura Jobim à presidência nacional do PMDB, que continuará com o paulista Michel Temer, chega a ser didática. Confira:
Homem ao mar
Lula fez com Nelson Jobim a mesmíssima coisa que fez com Aldo Rebelo: fingiu que foi, mas não foi. Ou seja: driblou o seu “candidato preferido” na última hora e marcou o gol com o candidato previamente vitorioso.
Na eleição para a presidência da Câmara, não faz muito tempo, Lula espalhou aos quatro ventos que apoiava o deputado Aldo Rebelo, que fora seu ministro, com gabinete no Palácio do Planalto, e é de um partido aliado e fiel, o PC do B.
Bastou o petista Arlindo Chinaglia arregimentar forças e mostrar reais condições de vitória, tudo mudou. Lula passou de “aldista” para “neutro” e, por fim, assumidamente favorável à candidatura do PT.
Agora, repetiu-se o mesmo script. Nelson Jobim era o favorito de Lula para a presidência do PMDB, com apoio explícito dos senadores Renan Calheiros e José Sarney, mas quem tem a máquina partidária e a manha congressual é Michel Temer – que quer completar uma década à frente do maior partido do país.
Lula era Jobim desde criancinha, mas cresceu, encorpou e, já adulto, passou-se para o lado de Temer, ou seja, para o lado do vencedor. E nem disfarçou. Nenhuma sinalização poderia ser melhor para Temer, contra Jobim, do que…
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