Riudson Glitter. O colunista fala dos “300 de Esparta”. E também outros filminhos

Nossa society é (quase) um estouro!

            

By Riudson Glitter

 

A cor púrpura

Fiquei, confesso, sensibilizado ao ver a foto num pasquim local, de uma moçoila da nossa melhor sociedade solicitando ajuda para seu pequeno cãozinho de estimação.

Estava linda como sempre, pele leitosa, cabelos loiros soltos ao vento e bem vestida. Claro que foi um protesto pela baixa mesada-semanal que recebe de seu pai, rico empresário. Se ela fosse, digamos, parda, mal vestida e suja, não receberia  solidariedade e seu protesto passaria em branco. Como aliás passou o de um pequeno aborígene, sujo e bixiguento, que estava próximo a ela.

 

Os 300 de Esparta

Com o passar do tempo cresce minha admiração por Sua Alteza do Bigode Fino e Sensual. Tendo promovê-lo a Majestade. Nota 10 pela decisão de deixar de fora dos cortes de despesas, os bravos CCs da nossa administração. Afinal, o que são 300 mil reais por mês? Meros seis dígitos antes da vírgula. Pontuais e trabalhadores, suam a camisa (importada) e devem mesmo ser mantidos. Caso contrário, muitos teriam que vender os carros, cancelar veraneios no litoral catarinense e passar de uísque importado para nacional.  É injusto. Corte-se, então, o uso abusivo de ar condicionado, água e luz. Querem coisa mais romântica do que trabalhar à luz de velas ao entardecer e ressuscitar o velho leque para espantar o calor?

 

Papai bate um bolão

SA do BF e S, aliás, é um homem do povo. Nos finais de semana mistura-se à plebe ignara e disputa animadas partidas de futebol, numa competição que leva o nome do cargo que ocupa, mas que, curiosamente, não leva o belo nome que tem nem os adjetivos que o acompanham. Contaram-me que é muito respeitado pelos árbitros. Semana passada sofreu uma falta violenta e o homem de preto, irredutível, marcou pênalti. Não adiantaram as exacerbadas reclamações do time adversário. Pênalti marcado é pênalti cobrado. O fato de a falta ter sido no meio campo, “é mero detalhe”, segundo declarou o homem de preto, antes de ser agredido pelo time adversário. E o fato de o árbitro ser irmão de um importante CC é mero detalhe também, acredito eu.

 

Caça ao terrorista

Exclusivo! Revista semanal deve publicar na próxima edição uma série de denúncias contra Dom Ivo Lorscheiter. Descobriram que quando ele era criança pequena lá no interior de São Sebastião do Caí, chefiava um perigoso bando armado, conhecido como a “Gang do Bodoque”; que aos dez anos lia Henry Miller às escondidas e aos doze tinha devaneios com fotos da Anita Ekberg. Cruzes!

 

 

Notículas (o título não é do colunista, mas do editor – perdão!)

 

– Vocês devem ter notado que as notícias sociais têm sido escassas neste espaço. Nosso high-society anda muito apagado e sem novidades. Precisamos, urgentemente, de um grande escândalo! Por favor, cooperem!

– Um conselho às dondocas da city: caprichem mais no vestuário. Tenho visto aberrações em fotos de colunas sociais. Não esqueçam do conselho da saudosa Coco Channel: “vistam-se mal e notarão o vestido; vista-se bem e notarão a mulher”. De leve.