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Sim, e daí? Que diferença há entre Henry Sobel e Zé João,condenado por furto de um fogão?

De imediato, respondo à questão aposta no título desta nota. Há, sim, diferença. Aliás, são pelo menos duas as mais evidentes entre o Zé João – poderia ser qualquer outro nome, entre os muitos condenados por, como diz o Código Penal Brasileiro, “furto simples” neste país – e o rabino Henry Sobel.

 

A mais óbvia é que Zé cumpre pena, posto que foi condenado; enquanto Sobel é, por enquanto, apenas uma acusado – e pelas autoridades norte-americanas. Pelos exemplos que se têm, não é improvável que o rabino seja condenado nos Estados Unidos e, por acordo, sua pena seja cumprida no Brasil. E há chances boas de Sobel só ver uma cadeia pela televisão – quem sabe até num motim provocado por Zé João.

 

A outra diferença, nem tão sutil assim, é a capacidade que temos (a mídia grandona especialmente, mas a média e a pequena também, e até os profissionais, individualmente falando) de achar um fato menos grave, e outro mais, conforme o protagonista.

 

Já escrevi aqui sobre a calhordice que é um “manifesto de solidariedade” que percorre a internet, com a assinatura de ilustres figuras nacionais. Inclusive de um ator e diretor de TV gaúcho que atua em nível “global”, José de Abreu. Quero ver se Abreu, e outros mais (são mais de 2 mil assinantes, até onde sei), se disporiam a tratar do Zé João da mesma forma – embora o nosso herói more na periferia e seja certamente pobre, provavelmente negro. Que tal?

 

Mas o nosso “transtornado” Sobel, aquém não estou, longe disso, julgando, recebe toda a condescendência de que a mídia é capaz com os que protege. Inclusive dando espaço para outra coisa mais dolorosa: uma camiseta em defesa do religioso, que já circula pelo Rio de Janeiro. É demais, convenhamos.

 

SUGESTÕES DE LEITURA – leia aqui o artigo “A lição de Sobel”, de Gilberto Dimenstein, publicado na coluna “Pensata”, da Folha Online.

E confira também, aqui, a nota “Free Sobel”, de Aydano André Motta, publicada na página do colunista do jornal O Globo, Ancelmo Góis, na internet.

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