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Deputados. Ação contra ‘verba indenizatória’ tem cara e jeito de vingança. Enfim, sem anjinho

Uma liminar deferida pela 3ª Vara Federal do Distrito Federal colocou em polvorosa os deputados federais. Aliás, ainda coloca – embora se espere a derrubada da medida em recurso impetrado pela direção da Câmara, nesta quinta-feira. O fato é que, pela decisão tomada, os parlamentares (senadores inclusive) deixam de receber a tal de “verba indenizatória”, que pode chegar a R$ 15 mil, desde que comprovadas – o que invariavelmente os edis federais conseguem fazer.

 

Diz-se, meio preconceituosamente (desculpas antecipadas às eventualmente ofendidas) que uma mulher vingativa pode acabar com o sossego (e a vida normal) de qualquer um. Que o diga, por exemplo, Mônica Velloso, a jornalista que transformou o cotidiano de Renan Calheiros num inferno pessoal e político, depois que se desentenderam sobre a pensão alimentícia da filha dela com ele.

 

Talvez o raciocínio valha também para o autor da ação que provocou o forrobodó e o, por enquanto, prejuízo no bolso dos deputados. Quem é ele? João Cunha, um protótipo bem acabado de trânsfuga, tendo passado por vários partidos, entre eles o falecido MDB, seu sucedâneo PMDB, PDT, PTB, PMN e etc.

 

Pois Cunha, que foi parlamentar federal por 16 anos, até 1990 (época em que a verba não era paga), teve negado um pedido de reajuste na sua pensão, ops, aposentadoria como deputado. Ele, que tem direito a 65% do total dos subsídios dos edis (sobre R$ 12,7 mil, que agora serão R$ 16,5 mil), queria o mesmo percentual, mas equivalente à remuneração de ministros do Supremo (R$ 24,5 mil).

 

Alguém aí duvida da motivação “nobre” e que interessa à sociedade, de sua excelência João Cunha? Aqui, não. Com certeza. Mesmo que tenha dúvida sobre a validade da tal verba indenizatória, não acredito um tantinho sequer nesse sujeito que, de repente, virou representante da moral pública. Exatamente como aquele outro, que até presidente nacional do PTB continua, mas ainda não explicou R$ 4 milhões que recebeu na campanha eleitoral de 2002. Sim, ele mesmo, o venerável Roberto Jefferson.

 

São, ambos, vinhos da mesma pipa. Com o perdão devido aos dignos representantes da excelente vitivinicultura nacional.

 

SUGESTÕES DE LEITURAvale a pena conferir a nota“Autor de ação contra verba extra de congressistas queria receber aumento”, publicada pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo.

Confira também a notícia “Câmara recorre de suspensão da verba indenizatória”, publicada pelo ClicRBS, com informações do jornal Zero Hora.

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