Caso Renan. Se tudo correr bem, situação do Senador será decidida apenas no final do ano
Na verdade, essa é a grande aposta do senador Renan Calheiros. A lentidão do processo, no momento no Conselho de Ética, pode ser vital para suas pretensões de se manter no mandato. E, se possível, na Presidência do Congresso.
No Conselho de Ética, como já escrevi, dificilmente sai uma solução antes do final de agosto. O próprio representante contra Renan, o PSol, entregaria somente nesta terça-feira a sua lista de questionamentos acerca do processo, ao CE. Isso sem falar nos procedimentos jurídicos da defesa, que já prepara um arsenal de consultas, todas tendentes a atrasar uma definição.
Depois, segundo o regimento, com qualquer resultado (e haverá pelo menos dois relatórios a ser votados no Conselho), o caso ainda passará pela Comissão de Constituição e Justiça, para avaliação. Para quem não sabe, preside a CCJ o senador baiano Antonio Carlos Magalhães, aliado do colega encrencado. E com poder suficiente para atrasar o debate, que, se andar muito rápido, vai chegar a essa instância em setembro. Um mês de pelo menos um feriado, não é demais lembrar.
Resumindo. Com sorte, muuuita sorte, e sem qualquer outra injunção pelo caminho, a situação de Renan Calheiros seria discutida no plenário, onde tudo se decide, para o bem ou para o mal, apenas lá por outubro. Quem sabe, novembro. Quiçá, dezembro. Desanimador? Talvez. Mas assim é que é.
A menos, claro, que a situação político-pessoal-partidária de Renan se complique. E ele venha a renunciar. Inclusive pelos constrangimentos que lhes serão impostos por seus adversários – que ameaçam virar-lhe as costas, se decidir presidir a sessão do Congresso que vai avaliar a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ou qualquer outra sessão que tenha a presença também dos deputados que lhe são contrários. Pois é. Pois é.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira a nota PSOL atrasa processo contra Renan, publicada por Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo.
Leia também a reportagem Oposição ameaça atrapalhar votação da LDO, publicada pelo G1, o portal da Globo.
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