Idioma salvo. Português perde o trema. E caem igualmente os últimos acentos diferenciais
Vêm aí, já no próximo ano, mudanças no idioma português. Não apenas no falado no Brasil, mas em todos que o têm como oficial. Inclusive o país-mãe, Portugal. Se bem que alguns países ainda não ratificaram o acordo pelo qual, por exemplo, o trema deixa de existir.
Ah, e também não precisará mais colocar acento em pára (verbo parar, para diferenciar da preposição para) nem em pêra (a fruta, para diferenciar da preposição arcaica péra ou da preposição arcaica pera). Enfim, convenhamos, em 2008 o idioma estará salvo. Bastará, apenas, que os brasileiros saibam escrevê-lo.
A propósito das mudanças no jeito de escrever em português, confira reportagem da Folha de São Paulo, reproduzida pelo site da Universidade Federal de Santa Maria. A seguir:
Brasil se prepara para reforma ortográfica
Novas regras da língua portuguesa devem começar a ser implementadas em 2008; mudanças incluem fim do trema
Ministério da Educação já prepara a próxima licitação dos livros didáticos, que deve ocorrer em dezembro, pedindo a nova ortografia
O fim do trema está decretado desde dezembro do ano passado. Os dois pontos que ficam em cima da letra u sobrevivem no corredor da morte à espera de seus algozes. Enquanto isso, continuam fazendo dos desatentos suas vítimas, que se esquecem de colocá-los em palavras como freqüente e lingüiça e, assim, perdem pontos em provas e concursos.
O Brasil começa a se preparar para a mudança ortográfica que, além do trema, acaba com os acentos de vôo, lêem, heróico e muitos outros. A nova ortografia também altera as regras do hífen e incorpora ao alfabeto as letras k, w e y (veja quadro). As alterações foram discutidas entre os oito países que usam a língua portuguesa -uma população estimada hoje em 230 milhões- e têm como objetivo aproximar essas culturas.
Não há um dia marcado para que as mudanças ocorram -especialistas estimam que seja necessário um período de dois anos para a sociedade se acostumar. Mas a previsão é que a modificação comece em 2008.
O Ministério da Educação prepara a próxima licitação dos livros didáticos, que deve ocorrer em dezembro, pedindo a nova ortografia. “Esse edital, para os livros que serão usados em 2009, deve ser fechado com as novas regras”, afirma o assessor especial do MEC, Carlos Alberto Xavier.
É pela sala de aula que a mudança deve mesmo começar, afirma o embaixador Lauro Moreira, representante brasileiro na CPLP (Comissão de Países de Língua Portuguesa). “Não tenho dúvida de que, quando a nova ortografia chegar às escolas, toda a sociedade se adequará. Levará um tempo para que as pessoas se acostumem com a nova grafia, como ocorreu com a reforma ortográfica de 1971, mas ela entrará em vigor aos poucos.”
Tecnicamente, diz Moreira, a nova ortografia já poderia estar em vigor desde o início do ano. Isso porque a CPLP definiu que, quando três países ratificassem o acordo, ele já poderia ser vigorar. O Brasil ratificou em 2004. Cabo Verde, em fevereiro de 2006, e São Tomé e Príncipe, em dezembro.
António Ilharco, assessor da CPLP, lembra que é preciso um processo de convergência para que a grafia atual se unifique com a nova. “Não se pode esperar resultados imediatos.”
A nova ortografia deveria começar, também, nos outros cinco países que falam português (Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste). Mas eles ainda não ratificaram o acordo.
“O problema é Portugal, que está hesitante. Do jeito que está, o Brasil fica um pouco sozinho nessa história. A ortografia se torna mais simples, mas não cumpre o objetivo inicial de padronizar a língua”, diz Moreira.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem divulgada pela assessoria de comunicação da UFSM, e também outras notícias da instituição. Em tempo, o material foi originalmente publicado no jornal Folha de São Paulo, nesta segunda-feira.
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