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Essa mídia grandona… Um mensalão é um mensalão. Já outro mensalão não é outro mensalão

O experiente, e muito conceituado, jornalista Paulo Henrique Amorim já passou por inúmeros veículos da mídia grandona (e da que se acha). Começou, ou ficou conhecido, no fim dos anos 70, na revista Veja, por exemplo. Por muitos anos, foi correspondente da Rede Globo em Nova Iorque. Tem estrada, portanto, muuuita estrada. E aeroportos sem fim.

 

No presente momento, é âncora da Rede Record de Televisão. E também edita um site muito concorrido, o Conversa Afiada. E é nesta página que ele insiste em chamar a nossa mídia de “conservadora e golpista”. Confesso que não chego a tanto. Pelo menos não a segunda afirmação. É conservadora. E hipócrita. Isso sim.

 

Normalmente, os veículos da mídia grandona (e da que se acha) se dizem imparciais. Como se isso fosse possível. E falam “em nome da sociedade”. É muita pretensão. Normalmente, resvala nos fatos. E a sociedade responde de outra forma, surpreende a mídia grandona.

 

Mas, às vezes, tendo a achar, sim, que ela é golpista, como diz o PHA. Olha só esse fato específico, que foi noticiado pela revista IstoÉ. Aliás, não tenho muita confiança nela, não. Mas isso não significa que, vez em quando, apresente alguma coisa diferente. Por exemplo, neste final de semana, um trabalho interessantíssimo é publicado.

 

A IÉ publicou a história do mensalão mineiro. Não vou entrar no mérito se houve mensalão petista – sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O Procurador Geral da República acha. O Supremo Tribunal Federal vai julgar. E aí se saberá. De qualquer forma, a revista está trazendo, em suas páginas, documentos com a denúncia, já com o PGR, sobre o “tucanoduto”. Ou o que teria ocorrido – antes de Lula virar Presidente da República – em Minas Gerais envolvendo figuras ilustres do tucanato. Inclusive o ex-presidente nacional da sigla, o senador Eduardo Azeredo. E ao tempo em que o Chefe da Nação era o também tucano Fernando Henrique Cardoso.

 

Não vou entrar no mérito também aqui. Provavelmente, o Procurador também vai denunciar a “organização criminosa” surgida em território mineiro. E, muito provavelmente, o Supremo também vai acolher a denúncia. E, por fim, julgará – como já começou a fazer no caso pós-Lula.

 

O interessante disso tudo é o comportamento da mídia grandona. Vá lá que a Veja, furada pela IÉ, não dê nada – é a besta concorrência que faz veículos ignorarem fatos, só porque o “adversário” publicou antes.  Mas, é absolutamente comum que os jornalões brasileiros repiquem, em suas edições dominicais, ou no máximo na segunda-feira, fatos que as revistas nacionais dão no fim de semana.

 

Pois não é que houve um barulhento silêncio em torno da denúncia do mensalão mineiro, que a Isto É trouxe com exclusividade? Eitcha! Desta vez, nadinha de nada, saiu, por exemplo, nos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo. Nem no principal jornal de Minas, O Estado de Minas. É mais ou menos como.. ah, deixa pra lá, não farei analogia alguma. Você não é bobo.

 

Agora, deu pra entender porque não acredito na mídia grandona (e na que se acha)? Não? Mas não acho que seja “golpista”, como diz o Paulo Henrique Amorim. Bem, só um pouquinho. Mas não mais que isso, Diogo Mainardi a parte.

 

EM TEMPO: o inquérito do mensalão mineiro, que vai virar processo, tem mais de 150 figuras citadas, entre elas o atual ministro de Relações Institucionais de Lula, Walfrido dos Mares Guia, o governador mineiro, Aécio Neves e, claro, Eduardo Azeredo. Entre outros insignes. Não deve ser por isso, claro, que a mídia grandona ignorou a reportagem da Isto É. É no que creio. Hehehehehehe!

 

SUGESTÕES DE LEITURA confira aqui a nota “Estadão, Folha, O Globo: nada sobre o valerioduto tucano em Minas”

Leia também a reportagem “Os documentos do mensalão mineiro”, de Alan Rodrigues e Hugo Marques, na revista IstoÉ.

Confira igualmente o texto “Sem-mídia se manifestam em frente à Folha”, de Lula Miranda, na agência Carta Maior.

 

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