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Imprensa. Afinal, o papo dos ministros, por telefone ou na internet, é de interesse público?

Um fotógrafo do jornal O Globo fotografou o diálogo entre dois ministros do Supremo Tribunal Federal. E isso gerou uma bela reportagem – do ponto de vista do leitor – acerca das relações entre os integrantes da mais alta corte judiciária do País. E em pleno julgamento do chamado “mensalão”.

 

Terminado o evento do Supremo, um dos dois envolvidos no episódio anterior, teve sua conversa com o irmão, por telefone, flagrada por uma repórter da Folha de São Paulo, em que comentava circunstâncias do julgamento. No outro dia, o papo estava nas páginas do jornal paulista – em novo tento do consumidor de notícias tão exclusivas quanto possível.

 

Reconheço, logo eu que tenho opinião sobre tudo, nesta a convicção não está formada. Afinal, houve invasão de privacidade? Temos o direito irrestrito de publicar? Onde começa o nosso (e o do público) direito e termina o de outra pessoa, por mais pública que seja?

 

São questões que merecem um belo debate. Inclusive para que possamos ter uma noção mais clara do que é ou não possível no exercício profissional. Confira, a seguir, o que escreveu, especificamente sobre o episódio da internet, o experiente colunista do site especializado Observatório da Imprensa, Carlos Brickmann. A seguir:

“…Direitos em conflito

Nos Estados Unidos e na Inglaterra, países tão democráticos como o nosso, em que a liberdade de imprensa, embora com altos e baixos, é exercida há séculos, não é permitido tirar fotografias em tribunais. Lembre-se do sensacional julgamento do atleta campeão O. J. Simpson, acusado de matar sua mulher. O público teve de se contentar com desenhos – e olhe lá. O objetivo é evitar que um julgamento, um ato solene, de certa forma trágico, em que se joga a reputação e o futuro de seres humanos, seja transformado em espetáculo.

No Brasil, seguimos um caminho diverso. É permitido fotografar, filmar, televisionar. Criou-se até um canal de TV específico para a transmissão de atividades judiciárias. Se o espetáculo é livre, ninguém pode se queixar da imprensa: ao fotografar a tela dos computadores de dois ministros, o fotógrafo Roberto Stuckert Filho seguiu a lógica do que aqui é permitido. Não se escondeu atrás de cortinas, não ocultou sua câmera, não usou nariz postiço como disfarce: agiu abertamente, dentro das regras do jogo. Fez o que devia, e o fez muito bem…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da coluna “Circo da Notícia”, que Carlos Brickmann publica no site Observatório da Imprensa.

 

 

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