Retorno de Anita. Ela pode voltar ao PP. Mas nem todos os grandões da sigla estão faceiros

São cada vez mais fortes os indícios segundo os quais a vereadora Anita Costa Beber, que se mandou há um ano, ou pouco menos, do Partido Progressista, estaria retornando à casa onde se iniciou na política. E, com isso, deixaria o PR (ex-PL), que a acolheu, ao “Deus dará”.

 

A colega Iara Lemos, com correção, dá a notícia na sua coluna, Aparte (confira aqui), no Diário de Santa Maria. E cita, inclusive, o convite público feito pelo vereador Sérgio Cechin, na sessão plenária do Legislativo, na quinta-feira. Adianta, também, a satisfação do padrinho político de Anita, José Farret. Aliás, seria o ex-prefeito e ex-deputado estadual o patrocinador também do retorno, agora.

 

Não há dúvida que Anita Costa Beber é um reforço e tanto para a legenda do PP, no pleito de 2008. Estima-se que possa fazer até mais que os 3.472 votos obtidos em 2004. Há quem imagine, inclusive, que a conta possa ultrapassar os 4 mil. E isso, não há dúvida, soma bastante para a legenda. Ainda mais que, e isso aparentemente é consensual no pepismo, o partido não pretende coligar-se, no pleito proporcional.

 

Aliás, aí é que está a maior rejeição ao retorno de Anita. Que, em tese, não pode ser recusado. Inclusive porque sua refiliação seria abonada por grandões do porte de Farret e Cechin. Bastaria, apenas, como me disse um dirigente, que ouvi ontem à tarde, que a vereadora cumprisse supostas obrigações não quitadas, ainda, do tempo em que estava no PP.

 

Mas esse mesmo grandão, que prefere o anonimato, prevê contratempos. Um deles é a rejeição de candidatos à vereança que, embora não possam dizer publicamente, não têm interesse algum em ver reduzir-se suas chances de eleição. Na medida em que é pacífico que duas vagas estão garantidas exatamente para Anita e Cechin. Como, é a análise, o PP tem potencial para quatro, quem sabe cinco edis, sobrariam duas, no máximo três vagas. E pelo menos meia dúzia de fortes concorrentes.

 

Resumindo: a volta de Anita deve mesmo se consumar. Mas não trará necessariamente a paz ao PP. Nem mesmo à sua mais reconhecida fonte de votos, José Farret. É. Pois é.

 

COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: Está tudo muito bem, está tudo muito legal. Mas o interesse individual, pra lá de respeitável e com boas razões, de candidatos à vereança, não é menor que o partido? Pois é. E depois há quem ainda seja contra o voto em listas fechadas, nas eleições proporcionais. Enquanto essa medida não for implantada, vai vigorar isso mesmo, o nome e a possibilidade de angariar votos – das pessoas, não da sigla.