Mídia e eleições. Uma boa (e inteligente) reflexão sobre entrevistar ou não os candidatos
Taí algo em quem todos deveríamos pensar: afinal, entrevistar candidatos é uma obviedade, no mínimo para que a sociedade possa conhece-los melhor. Critérios de equidade, obviamente, devem ser estabelecidos. E de saber, também, quem é relevante ou não, igualmente. Não é tão difícil, afinal de contas. E os excessos somente esses precisam ser coibidos. Mas a iniciativa, penso, não deve ser de ninguém mais do que os eventualmente prejdicados.
E quanto ao conteúdo? Enfim, o que se pode ou não, o que se deve ou não, perguntar aos pretendentes a um cargo público? De uma forma inteligente e bem humorada, como sempre, quem trata do assunto – tendo como mote a recente condenação (em primeira instância) do jornal Folha de São Paulo, da ex-revista Veja e da candidata a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, quem escreve é o experiente jornalista Carlos Brickmann, na coluna Circo da Notícia, que ele assina no sítio especializado Observatório da Imprensa. Confira:
ELEIÇÕES MUNICIPAIS – O que perguntar a nossos candidatos
Alguns dos juristas mais conceituados do país consideram que a punição aos veículos de comunicação por entrevistar candidatos é absurda. Juízes de tribunais superiores já se manifestaram: punir quem exerce a liberdade de imprensa é fora de propósito. Qualquer pessoa com mais de três neurônios, mesmo tendo um deles de férias, também acha que deixar de informar seus clientes é inaceitável.
No entanto, a decisão que vigora até este momento é a multa não só aos veículos, mas também aos candidatos entrevistados. Um dos doutos promotores explica: entrevistar pode, mas não sobre planos, projetos, rumos políticos.
Pode-se perguntar ao candidato, por exemplo, se ele pinta o cabelo. Em que salão faz as unhas. Se prefere a carne acompanhada por arroz ou batatas. Qual o centroavante que considera melhor: Adriano, Luís Fabiano ou Pato. Loiras ou morenas? Qual seu galã favorito? Com que par romântico? E a música predileta? Claro, claro: não se pode esquecer de inquirir sua opinião sobre Dunga.
O colega perguntará, com toda a razão, qual o interesse de uma entrevista dessas. Nenhum, claro: qualquer resposta que o candidato dê será absolutamente nula do ponto de vista de escolha do eleitor. Melhor não fazer entrevista nenhuma. O eleitor talvez possa escolher seu candidato pelo horário eleitoral gratuito.
E a política? A menos que algum poder legal superior interfira e bloqueie as ações deletérias contra a imprensa, a democracia vai correr riscos. Se, conhecendo os candidatos, a gente já elege quem elege, imagine se não os conhecermos…
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, a íntegra da inteligente e bem-humorada coluna Circo da Notícia, assinada por Carlos Brickmann, no sitio especializado Observatório da Imprensa.
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