O porquê. Farret garante eleição de Schirmer, depois de duas derrotas de ambos para Valdeci

Quando foi publicada a segunda pesquisa da Fato, pelo Diário de Santa Maria, em meados de setembro, escrevi aqui que talvez fosse o caso de Cezar Schirmer erguer um altar para José Haidar Farret (foto). Essa convicção, a partir do resultado das urnas, apenas se fortalece. Schirmer só é prefeito eleito de Santa Maria porque contou com o apoio de Farret. Há quem entenda, inclusive, que resultado semelhante teria sido obtido pela aliança “Juntos por uma Santa Maria melhor”, se a chapa tivesse uma inversão de nomes: Farret para prefeito, Schirmer para vice.

Isso, porém, está fora de cogitação. Inclusive porque foi o peemedebista que sempre demonstrou maior apetite para encabeçar a chapa. E ela acaba eleita. No entanto, não seria assim, sem Farret. Este, numa análise bastante preliminar, mas praticamente consensual entre os analistas, fez um estrago na base de apoio mais pobre de Paulo Pimenta. Ali, onde Valdeci Oliveira tem seu grande eleitorado, Schirmer nunca obteria o desempenho conquistado, sem o ex-prefeito, o único em condições de rivalizar com Valdeci no segmento menos abastado da população.

O que isso significa, agora? Não se sabe, ainda. Inclusive porque, segundo pude apurar, não houve negociação prévia de cargos, pelo menos explicitamente. Aliás, o próprio Cezar Schirmer, em entrevista à rádio Santamariense, ontem à noite, deixou claro que o objetivo principal era a união das oposições. Sem que isso significasse uma divisão de cargos. Isso talvez também tenha contribuído para a união demonstrada e que resultou na vitória (por goleada) nas urnas.

O fato é, porém, que agora é hora de formar o governo. Se Schirmer não oferecer regalias e grande participação no governo que assumirá, será no mínimo um mal-agradecido. E a ingratidão, na política, costuma implicar problemas no futuro.

EM TEMPO: este (nem sempre) humilde repórter não tem dúvida. O prefeito eleito chamará José Farret e, com ele, definirá a repartição do governo, de forma a garantir a unidade. E caberá a ambos, cada qual com sua turma, conter os desejos próprios de quem está há oito anos longe do poder. Tudo em nome da administração conjunta.