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Conferência. Fórum Mundial reúne 6 mil no CDM para debater “Educação e Economia Solidária”

Começaram em alto estilo os debates que compõem a programação do Fórum Mundial de Educação, que se encerra neste sábado em Santa Maria. Na manhã de ontem, o Centro Desportivo Municipal ficou completamente lotado. Perto de 6 mil pessoas participaram da grande conferência,  que tratou sobre o tema de um dos três eixos do FME: “Educação e Economia Solidária”.

 

Participaram das atividades matinais deste primeiro dia de discussões Guillermo Willimson, da Universidad de La Frontera do Chile, Helena Singer, da Cidade Escola Aprendiz de São Paulo, e Sergio Kapron, da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre – com a mediação do professor Moacir Gadotti, do Instituto Paulo Freire, de São Paulo. E especificamente sobre a conferência convido à leitura do material produzido pelo jornalista Fritz Nunes (com foto de Nicholas Fonseca), da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, que também fez a cobertura do evento. A seguir:

 

“FME: palestrantes estabelecem relações entre educação, diversidade e solidariedade

 

A primeira grande conferência do Fórum Mundial de Educação (FME) ocorreu na manhã desta quinta, 29, no Centro Desportivo Municipal (CDM), que teve como tema geral o Eixo I “Educação e Economia Solidária” e levou ao CDM, segundo os organizadores, cerca de 6 mil pessoas. O primeiro conferencista a falar foi Guillermo Williamson (foto), chileno que tem pesquisa na área de Educação Rural. Para ele, quando se fala em educação é preciso levar em conta três princípios norteadores: o da igualdade; o da diversidade e o da solidariedade.

 

Williamson, que assessora o Ministério da Educação do Chile e também órgãos internacionais como o Unicef, disse gostar do conceito de “economia de cooperação” ou “solidária”. Esse tipo de atuação se sustenta, explicou, num aspecto de “voluntarismo”, de “responsabilidade” de seus membros e também no “compromisso ético” de quem produz. A economia solidária prescinde de uma “pedagogia da solidariedade”, destacou o educador. Para ele, as marcas da sociedade atual são de um mundo retratado pelo desenvolvimento científico e tecnológico que, por sua vez, sustenta a globalização capitalista, neoliberal.

 

Na “sociedade do conhecimento”, o mundo funciona numa única lógica, enfatizou Guillermo Williamson. Essa lógica, diz ele, é a da concentração econômica, que também leva à concentração de poder. Entretanto, quando se fala que a tecnologia, através da informática, da internet, teria democratizado o acesso ao conhecimento, o professor discorda. Segundo ele, há conhecimentos dominados por empresas multinacionais e que são sonegados à maioria da população. Há também conhecimentos produzidos pela indústria bélica dos países do primeiro mundo e, aos quais, a sociedade mundial também não tem acesso.

 

Nesse contexto, diz ele, novos temas surgem e passam a exigir posicionamentos da humanidade. Entre esses, destaca a “violência urbana”, o “desemprego e a informalidade”, a “precarização do trabalho”, a “destruição do ambiente”. São temas pedagógicos que impõem desafios, ressalta Williamson. É na resposta a esses desafios que poderemos redefinir os conceitos de “democracia e cidadania”, afirma. Para tanto, o papel dos educadores é fundamental, conforme a ótica do professor chileno. “É preciso construir um mundo com profundidade. Temos que entender a diversidade do território em que trabalhamos”, pregou Guillermo Williamson. “Uma economia solidária produz uma cultura solidária e, também, uma educação solidária”.

 

Conceito de vida

 

O mediador da primeira conferência do FME foi o professor Moacir Gadotti, do Instituto Paulo Freire, de São Paulo. Para ele, economia solidária é um conceito de vida. “Não há economia solidária sem que haja consciência, sem educação”, frisou. Acrescentou ainda que “para uma outra educação possível, uma outra economia é necessária”. No Brasil, na América Latina, essa nova educação se chama, segundo Gadotti, de “economia popular”. No momento em que o planeta se encontra ameaçado, ressalta o freireano, é importante enquadrar a “economia solidária” dentro de um modelo “sustentável”, pois o modo capitalista atual, segundo ele, tem se mostrado “insustentável”.

 

Na condição de conferencista sobre o tema também esteve presente o economista formado na UFSM, mestre em sua área, atualmente lecionando em Porto Alegre e assessorando a bancada do PT na Assembléia Legislativa, Sérgio Kapron. Para ele, a educação e a economia de qualquer país sustentam a ideologia vigente (ou dominante). Procurando falar de forma simplificada, Kapron explicou que o conceito de economia leva ao entendimento de que é a forma como a sociedade se organiza para produzir e distribuir os recursos necessários para a sua subsistência e sobrevivência…”

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui, se desejar, a íntegra da reportagem “FME: palestrantes estabelecem relações entre educação, diversidade e solidariedade”, de Fritz Nunes, da assessoria de imprensa da Sedufsm.

Leia também a notícia “FME – Cerca de 6.000 pessoas participam da primeira grande conferência do Fórum”, assinada por Jaiana Garcia, da assessoria de imprensa da Prefeitura.

 

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