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KISS. Depõe quem ajudou a salvar ao menos 20. E ainda falta depoimento à Justiça de 23 sobreviventes

Luiz Gustavo Riet: no hall de entrada da Kiss “tinha umas três fileiras de pessoas, umas em cima das outras. Comecei a tirar umas pessoas, mas cada vez ia aumentando o número”
Luiz Gustavo Riet: no hall de entrada da Kiss “tinha umas três fileiras de pessoas, umas em cima das outras. Comecei a tirar umas pessoas, mas cada vez ia aumentando o número”

Até esta quinta-feira, no processo criminal da Kiss, depuseram 87 vítimas da tragédia. Ainda faltam 23, cujo paradeiro precisa ser esclarecido para que possam ser chamados. Depois, será a vez das testemunhas de defesa e acusação, em número superior a 70.

Nos depoimentos desta semana, um chamou a atenção, na tarde passada. Foi o de Luiz Gustavo da Silva Riet – que entrou várias vezes para salvar quem estava dentro da boate. E que também esclareceu alguns procedimentos dos Bombeiros.

Quem faz o relato preciso do que ocorreu, e antecipa o que virá mais adiante, é o repórter (e também autor da foto) Luiz Roese. O texto abaixo, prevê-se, seria também publicado no portal Terra e no jornal A Razão. Acompanhe:

 “Juiz aguarda definição de 23 pessoas para saber se ainda vai ouvir vítimas no processo criminal da tragédia da Kiss

Pode ter se encerrado nesta quinta-feira, no Fórum de Santa Maria (RS), a fase do processo criminal da tragédia da Boate Kiss em que foram ouvidas pessoas relacionadas como vítimas dos crimes pelos quais os quatro réus são acusados. Porém, para que isso se confirme, ainda falta a definição do que fazer com 23 sobreviventes listados pelo advogado Jader Marques, que defende o sócio da Kiss Elissandro Spohr, o Kiko. Até agora, depuseram 87 pessoas.

Ainda é aguardada uma posição do Ministério Público (MP) sobre os depoimentos dessas 23 vítimas. Jader Marques não forneceu os endereços para que elas fossem localizadas. O defensor alegou que elas fazem parte da lista de vítimas apresentadas pelo MP na denúncia criminal e que, por isso, o órgão deveria saber sobre elas. Então, o juiz Ulysses Fonseca Louzada intimou o MP a se manifestar. O promotor Joel Oliveira Dutra antecipou que pretende pedir à Polícia Civil para que ela encontre esses sobreviventes.

Se alguma dessas pessoas for localizada, será ouvida no processo criminal como vítima. Ainda há sobreviventes que devem depor nas cidades gaúchas de Uruguaiana, Horizontina, Passo Fundo, Quaraí, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul e Caxias do Sul. Vítimas chamadas pelas defesas dos réus também podem ser intimadas em Florianópolis (SC) e Porto Velho (RO).

A etapa de audiências para ouvir vítimas terminaria nesta sexta-feira em Santa Maria, mas o prazo foi antecipado para quinta. A mudança aconteceu porque as defesas desistiram de ouvir quatro dos cinco sobreviventes programados para sexta.

Com as desistências, só restava um sobrevivente, Ricardo Jochann Franceschi Bortolin, para ser ouvido na sexta. Mas o depoimento dele já foi antecipado para esta quinta-feira. Ele acabou sendo o último a ser ouvido. Outras quatro vítimas também depuseram, pela manhã e à tarde.

“Todo nosso esforço foi em vão, por falta de equipamento”, diz sobrevivente que ajudou no resgate das vítimas

O depoimento mais longo do dia foi o de Luís Gustavo da Silva Riet. Ele entrou em detalhes sobre como teria participado do resgate de vítimas de dentro da Kiss. “Tirei a camiseta, coloquei no rosto e fiquei entrando e saindo”, contou.

Riet relatou que teria retirado cerca de 20 pessoas da boate. O rapaz se dedicou mais a atender as vítimas que estavam caídas no hall de entrada da Kiss. “Ali tinha umas três fileiras de pessoas, umas em cima das outras. Comecei a tirar umas pessoas, mas cada vez ia aumentando o número”, descreveu.

O sobrevivente também relatou que não viu os bombeiros pedindo para os civis entrarem, mas que eles não impediam e até ajudavam a organizar a operação. “A gente (civis) ficava se revezando. Ficava ajoelhado na porta esperando uma pessoa que entrou sair. Tirava e largava (a vítima) na porta ou no início do asfalto. Vinham aí outras pessoas e as pegavam. Os policiais militares também ajudavam a levar as pessoas para o outro lado da rua e fizeram um cordão para a gente retirar as pessoas”, falou Riet.

De acordo com Riet, ele não sabe se as últimas pessoas que retirou estavam vivas. Não chegou a reparar no rosto de nenhuma delas. “Uma hora, eu fui pegar a pessoa que estava bem em cima de uma pilha. Aí uma menina que estava mais embaixo levantou a mão. Foi difícil, porque havia muita gente em cima dela. Foi a última que eu lembro que se mexia”, relembrou.

Uma decepção relatada por Riet foi quando ele disse ter entrado com um amigo, que era segurança da boate, para tentar encontrar a mulher dele, que trabalhava no banheiro feminino. Ele disse que os dois chegaram a quebrar cerca de 80 centímetros de parede, onde “passava uma pessoa”. Depois, voltou para o lado de fora da boate e pediu ajuda para os bombeiros, que teriam alegado falta de equipamentos. “Todo nosso esforço foi em vão, por falta de equipamento”, concluiu Riet, que chegou a ficar cinco dias internado.

Depois de ouvir todas as vítimas arroladas pelas defesas, o processo criminal entra em outra etapa, quando deverão ser tomados os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa. Devem falar nessa etapa 71 pessoas. Não há previsão de quando esses depoimentos ocorrerão.

Respondem ao processo criminal pelas 242 mortes e os mais de 600 feridos os sócios da Kiss, Mauro Hoffmann, o Maurinho, e Elissandro Spohr, o Kiko, e o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o roadie do grupo, Luciano Bonilha Leão. Eles são acusados por homicídios qualificados com dolo eventual (doloso) e tentativas de homicídio qualificado.  Como ocorreu nas outras audiências desta semana, somente Marcelo compareceu à audiência desta quinta.”

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