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Memória. Lembra das Operações Navalha e Sanguessuga? Não há problema. A mídia também esqueceu

Não, não te preocupe. Você não é o único esquecido das grandes operações da Polícia Federal. A mídia (especialmente a grandona e/ou a que se acha) também perdeu a memória. Esse é um problema e tanto, quando se vê a imprensa como o último bastião da democracia – e há quem pense nisso, quando lhe é conveniente. O fato é que a mídia só dá bola por uns poucos dias, ou, em casos bem específicos, meses. Não é por outra razão que as CPIs se aproveitam dessa situação para garantir holofotes para uns e outros.

 

A propósito dos “esquecimentos” da mídia, confira o excelente texto de Carlos Brickmann, que assina a coluna “Circo da Notícia”, no sítio especializado Observatório da Imprensa. Ele é muito elucidativo do que é o dia-a-dia do nosso valoroso “quarto poder”. A seguir:

“Marcação sob pressão – A imprensa e a memória de todos

Dizem as colunas noticiosas que o ministro da Justiça, Tarso Genro, comentou que a próxima operação da Polícia Federal fará tremer a República. Ótimo: é preciso reprimir a ilegalidade (e sem cair na tentação de, ao fazê-lo, cometer outras ilegalidades).

Este é o papel da Polícia Federal (e, em seguida, da Justiça). O papel do jornalista é, além de cobrir o último escândalo, cuidar para que os escândalos mais antigos não sejam esquecidos. Uma nova operação que fará tremer a República não pode fazer com que a Operação Satiagraha seja esquecida; da mesma forma que a Operação Satiagraha não deve nos levar a esquecer a Hurricane, as duas Kaspar, a Farol da Colina, a Dilúvio e tantas outras.

A procuradora da República Ana Lúcia Amaral, em comentário à coluna anterior, que criticava a imprensa por ter esquecido o processo em que figuravam uma socialite e um empresário do setor de roupas, diz que o caso está em curso, na 2ª Vara de Guarulhos, aguardando sentença. E completa: “Não é porque a imprensa não dá conta de acompanhar que deixou de existir”.

A procuradora tem toda a razão – ou melhor, quase toda: acha que uma nota em que a imprensa é cobrada por esquecer do caso é uma justificativa à omissão da imprensa. Não é: basta reler o texto.

“Há quatro possibilidades: a) eles foram absolvidos (e, nesse caso, a imprensa falhou lamentavelmente, ao não noticiar a absolvição); b) a acusação não se sustentava (e o erro foi dos que anunciaram com toda a pompa a operação e as pessoas nela atingidas); c) o inquérito está em alguma gaveta (erro da imprensa, que não cobra, e permite que o caso seja esquecido); d) apesar do tempo que já se passou, o inquérito está tramitando normalmente, sem que ninguém o atrase ou apresse (mais uma vez, falta a cobertura da imprensa)”.

Aliás, a nota não se refere ao caso da Daslu, como achou a procuradora (o erro certamente é deste colunista, que não foi claro), e sim à Operação Dilúvio. Mas poderia se referir à Operação Chacal, ou à Operação Sanguessuga. Sepultadas por novos escândalos, a imprensa simplesmente parou de noticiá-las…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da coluna “Circo da Notícia”, publicada por Carlos Brickmann, no sítio especializado Observatório da Imprensa.

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