OBSERVATÓRIO. O encontro de Schirmer e Valdeci no Badesul e a chance rara que não pode ser perdida

Num ambiente tão conturbado, em que, na arte de fazer política, o fígado é o órgão preferido da maior parte dos que detêm mandato popular, abrindo mão do cérebro e do coração, chega a emocionar o que aconteceu nesta semana.

A iniciativa foi do Governo do Estado, via Valdeci Oliveira. É o fato. Que, porém, sequer foi divulgado como tal, numa demonstração de que o interesse maior, o da sociedade, prevaleceu.

Quem recebeu a informação, e também não fez beicinho, muito menos reivindicou como sua (e isso já ocorreu antes, com incômoda assiduidade), foi a Prefeitura de Santa Maria, através de Cezar Schirmer.

Ninguém confirma, mas o colunista apurou, que o alvo é uma indústria do setor calçadista. Ela prospecta local para instalar sua operação. Não se sabe, ou não se diz, nem de onde é. Mas isso é menor. O que importa foi o sinal dado de que, enfim, é possível uma convivência, sem abrir mãos de convicções político/ideológicas, em favor do maior – no caso, o interesse da comunidade.

O fato é que, na reunião havida no Badesul na terça-feira, 20, o intermediário oficial, Schirmer levou todas as informações solicitadas, papeou e alinhavou, quem sabe, futuras conversações que interessam à comuna. E não a um grupo.

Haverá resultado prático positivo? Isto é, virá o investimento que se está a buscar? Impossível saber, neste momento. Mas pode ser um primeiro passo para que, no mínimo, se dê uma coexistência civilizada – e não forçada, como tem acontecido nos últimos anos.

Há muitos pontos em que, se não houver entendimento, Santa Maria perderá. A cidade depende dos governos estadual e federal. E tem representantes nas duas esferas. Que a estultice da convivência ruim não persista. Ou todos perderão. Inclusive as personagens que estão no comando. Além, claro, da própria cidade e sua gente.