É o jogo. Por que Schirmer e Pimenta querem tanto vencer em SM. É uma questão de estratégia
O horizonte de uns não chega à esquina mais próxima. Os de outro, a quadra seguinte. Há, também, os que imaginam seu futuro próximo, ou distante, na comuna. Ou, quem sabe, no Estado. Muito mais remotamente, escondido no cantinho de um coração, no País. No Palácio do Planalto, inclusive, como você poderá conferir na sugestão de leitura, lá no finzinho do texto.
Assim são os políticos. Eventualmente, há a necessidade de um recuo, para a retomada necessária logo adiante. Afinal, o objetivo estratégico não pode ser perdido de vista. Exemplo? Dois. E bem pertinho. A parte o fato de Cezar Schirmer sempre ter dito, e o fez com absoluta sinceridade, que tem o sonho de ser o prefeito de Santa Maria, já foi também candidato ao mesmo cargo em Porto Alegre. Aliás, excelente campanha, chegando ao segundo turno. E também concorreu a uma cadeira no Senado, perdendo por centímetros (ou meia dúzia de votos) para Emília Fernandes (aliás, onde ela anda?), do PTB (e depois do PT).
O que isso significa? Ora, o óbvio: chegar ao máximo possível em sua carreira política. E, nesse sentido, ser prefeito da boca do monte, o que tentará pela terceira vez em 2008 significa uma retomada do caminho – para além do sonho sincero a que me referi. Por quê? Ora, pela singela razão de que foi derrotado no último pleito disputado, para a Câmara Federal. Ele é o primeiro suplente – e titular na ausência de Osmar Terra, que preferiu ser secretário estadual de Saúde. E vê circunstâncias muito complicadas para reeleger-se em 2010. Então, vencer a eleição municipal, a par do sonho, significa uma retomada. Faz sentido. E é assim que também se faz política.
O outro exemplo, você já deve ter percebido, é Paulo Pimenta, do PT. Estava em ascensão evidente na política interna de sua agremiação. Houve quem imaginasse, inclusive, que o próximo passo seria uma candidatura ao Senado. Ou, por que não, a vice-governança. Para isso, tornava-se fundamental uma presença visível (aos olhos do conjunto dos gaúchos, não apenas aos santa-marienses) aos eleitores do Estado.
Conquistou com relativa facilidade duas eleições para a Câmara Federal. Mas cometeu um erro – que ele próprio reconheceu, de público – ao buscar provas com o indiciado (no conhecido caso da conversa na garagem da Câmara, com o notório Marcos Valério).
É verdade – e isso poucos dizem, menos ainda escrevem – que se o método não foi adequado, as razões estavam todas claras. Como o noticiário, mesmo que constrangido, está mostrando agora, passados dois anos, quando surge o chamado mensalão tucano, que teve Minas Gerais (de Valério, Eduardo Azeredo e Aécio Neves) como registro geográfico.
Enfim, houve uma pedra no meio do caminho. Pimenta reelegeu-se com folga. Mas algum desconforto. Faltava algo. O reconhecimento público. É o que motiva, pensa este (nem sempre) humilde repórter, o aparente recuo, com a busca pela Prefeitura de Santa Maria. Que ele preza (como Schirmer e talvez seja o caso de José Farret – que, porém, não tem objetivo estratégico diferente do Centro Administrativo Municipal), politicamente.
A vitória em sua casa, se acontecer, é o recomeço da caminhada. Numa trajetória que, na cabeça dele, tem começo, meio e fim. Mas que, ao observador das coisas locais, é óbvio, necessita de uma correção de rota. Daí porque a tentativa de conquistar outra vez os eleitores da boca do monte. Como novo ponto de partida. Ou, em perdendo, uma salutar retomada de uma carreira que tende a ser brilhante.
Ok, ok, ok. Ninguém precisa concordar comigo. Mas eis, para mim, as razões legítimas pelas quais Schirmer e Pimenta tanto querem, justificadamente, ocupar o lugar de Valdeci Oliveira. Por razões outras, que merecerão avaliação oportunamente, também talvez seja o desejo de José Farret (que já provou dessa vitória) e Jorge Pozzobom (que avalia a possibilidade de fazer uma primeira tentativa. Afinal, um dia isso acontecerá. Agora? Quem sabe…
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui o artigo Dilma articula candidatura à sucessão de Lula, na coluna Brasília Online, assinada por Kennedy Alencar, na Folha Online.
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