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De novo.No caso Mendes x Barbosa, mídia grandona enfatiza o acessório e esquece do essêncial

Não chega a ser uma novidade. A “imparcial” e “isenta” mídia grandona tratou do forrobodó envolvendo dois ministros do Supremo Tribunal Federal, um deles o próprio presidente do Poder, como uma briga de arruaceiros. E há um bom componente disso, sim, não se pode negar. No entanto, não é apeeeenas isso.

 

Algumas questões anteriores ao bafafá, e mesmo surgidos no que se escutou em rede nacional, não mereceram mais que meia dúzia de linhas, isso quando não foram ignoradas. Bem no estilo da MG, que tem lado, sim, nessa história. E não é exatamente o da informação.

 

Quem escreve sobre isso, e coloca o dedo na ferida, com muita propriedade, é o consultor de empresas e ex-integrante das maiores redações brasileiras, inclusive em funções de chefia, é o jornalista Carlos Brickmann, na seção “Circo da Notícia”, publicada semanalmente no sítio especializado Observatório da Imprensa. A foto é de Antonio Cruz, da Agência Brasil. Acompanhe um trecho, a seguir:

 

“STF EM CHAMAS – Uniformes iguais, times diferentes

 

Nas reportagens sobre o quid pro quo (venia concessa, esta é a língua mais adequada ao tratamento do caso) no Supremo, a grande falha dos meios de comunicação foi ater-se ao sensacional – e superficial – e esquecer a divisão profunda entre os ministros do tribunal constitucional do país. Falou-se no estilo imperial de Gilmar Mendes, nas brigas de Joaquim Barbosa com diversos colegas (que, em dois casos, exigiram intervenção da turma do deixa-disso para que não chegassem à pancadaria), no estilo conciliador de Ayres de Britto.

 

Criou-se um clima de partida de futebol, com torcedores de ambos os lados cantando vitória. Mas faltou falar nas clivagens ideológicas, mais importantes que eventuais divergências pessoais (que, por piores que sejam, podem ser resolvidas com mais facilidade). Há o grupo mais técnico, há os que dão valor mais alto ao clamor popular; há os ministros favoráveis à interpretação mais ampla possível do direito de defesa, há os ministros (e provavelmente Joaquim Barbosa seja o mais radical nesse aspecto) favoráveis à expansão do limite das investigações. Nem sempre a divisão é partidária: o ministro Eros Grau, por exemplo, não fala com Barbosa, embora ambos tenham a mesma matriz ideológica e tenham sido nomeados pelo mesmo governo…

 

…É difícil cobrir o Supremo. Os ministros tendem a ser mais discretos do que outras autoridades e, frequentemente, quando falam, procuram amenizar as divergências. Mas há os ministros aposentados, que voltaram ao exercício da advocacia ou da política; esses não apenas conhecem o ambiente como se sentem mais livres para contar histórias, mesmo que seja em off. Dá para fazer; dá para avançar muito mais, nas reportagens, do que se avançou até agora.

 

Dois exemplos: o ministro Joaquim Barbosa se referiu aos jagunços que Gilmar Mendes teria no Mato Grosso; o ministro Eros Grau disse que Joaquim Barbosa batia em mulher. Algum repórter foi verificar essas histórias? Comandar jagunços é crime, bater em alguém (especialmente em mulher, mesmo antes da Lei Maria da Penha) é crime. E a matéria, onde é que está?…”

 

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras notas e artigos publicados no sítio especializado Observatório da Imprensa.

 

 

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