Arquivo

E agora?Satiagraha, Protógenes, o policial-jornalista e o jornalista-policial. O que é ético?

A operação Satiagraha está dando o que falar, meeeses depois de desencadeada. Pela primeira vez um banqueiro graúdo (com o perdão da redundância) foi para o xilindró algemado. Também, por conta disso e de outras razões, um delegado federal acabou afastado – no caso, Protógenes Queiroz (foto). E o esquema de um grã-fino trambiqueiro, como Daniel Dantas, envolvendo inclusive a mídia grandona, surge na esquina das investigações.

 

Nesse período todo, algumas questões envolvendo diretamente os jornalistas: num deles, coleguinhas são convocados para gravar encontro em que houve uma proposta de suborno – aliás, para quem não sabe, um crime. Noutro, coleguinhas amigos foram chamados para documentar as prisões em primeira mão. E aí? Em tese, nesses dois casos específicos, os profissionais poderiam ter vazado o sigilo (afinal, souberam antes) para um ou alguns dos acusados, que poderiam se safar.

 

A questão: o que é ou não ético, no exercício da profissão? Quem escreve sobre isso, usando o fato concreto e muita lucidez (embora pessoalmente eu tenha muuuitas dúvidas sobre a situação), é o já habituê desse sítio, o experiente Carlos Brickmann, em seu artigo originalmente publicado na seção “Circo da Notícia”, no sítio especializado Observatório da Imprensa. Vale a pena ler. A foto é de José Cruz, da Agência Brasil. Confira:

 

 

“MÍDIA & JUSTIÇA – O policial jornalista e o jornalista policial

 

Na esteira dos inquéritos do delegado Protógenes Queiroz e sobre ele, ficou claro que jornalistas participaram da investigação sobre o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity (e, em pelo menos duas ocasiões, houve quebra do sigilo das investigações para cooptá-los). Surge então um bom tema de debate sobre o papel dos profissionais de comunicação em atividades policiais: até que ponto é lícito ao jornalista colaborar com as autoridades?

 

Há casos e casos: há o caso de um jornalista que, fazendo um favor ao Ministério Público, telefonou para um investigado, que atendeu ao telefone e recebeu uma intimação; certamente haverá o caso de um jornalista que, tendo a oportunidade de desviar a arma de um bandido, terá a obrigação moral de fazê-lo, salvando a vida de um policial. Há casos de jornalistas que, sabendo onde está escondido um fugitivo da polícia, preferem calar-se, dificultando a investigação.

 

Um caso concreto ocorreu há anos, na onda de prisões que culminaria com o assassínio de Vladimir Herzog. Um grupo de policiais esteve na Editora Três, onde trabalhava Fernando Morais, para prendê-lo. Como não o conheciam, foram aos donos da editora, Domingo Alzugaray e Luís Carta. Os dois garantiram que Morais ainda não tinha chegado, e prometeram entregá-lo assim que aparecesse. Luís Carta foi ao banheiro e, passando pela mesa de Morais, mandou-o fugir, que a polícia estava atrás dele. Provavelmente salvou sua vida: Fernando Morais fugiu, escondeu-se e escapou à onda assassina da repressão.

 

A este colunista a questão parece clara: cabe ao jornalista colaborar com as autoridades exatamente nas mesmas circunstâncias em que um cidadão de bom caráter, de qualquer outra profissão, também colaboraria. Seu senso ético deve estar…”

 

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras reportagens e artigos publicados no sítio especializado Observatório da Imprensa.

 

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo