Arquivo

Golpe de 64. O Brasil engraçado. “Ninguém” votou em Collor. Agora os golpistas também sumiram

A memória do brasileiro, diz-se, inexiste quando o assunto é política. Você pode fazer a maior das falcatruas hoje, que amanhã ninguém mais lembrará. Nunca gostei muito da tese, que depõe contra a minha própria vocação democrática, que adquiri no berço e jamais perdi. Mas algumas coisas me deixam encucado e cheio de dúvidas.

 

Um exemplo é Fernando Collor. Com a capacidade e consciência políticas dignas de uma ameba, mas com forte apoio da mídia grandona (sim, não esqueci), acabou Presidente da República, com a maioria dos votos dos brasileiros. Que, porém, não lembram. É difícil encontrar eleitores do agora senador, depois do impeachment de 1992. Cá entre nós, muuuito conveniente.

 

Pois, agora, não há mais golpistas. Quer dizer, aquilo que levou à tortura, ao banimento e à falta de liberdade de expressão, afora outras atrocidades, não tem autores. Sim, não tem. A propósito, quem escreve, e brilhantemente, é Paulo Moreira Leite, articulista da revista Época – por sinal vinculada às Organizações Globo, apoiadoras concretas daquilo que “não houve” em 64. A foto é de Elza Fiúza, da Agência Brasil. Acompanhe:

 

“1964: um golpe sem golpistas?

Estou impressionado com os balanços que tem sido publicados sobre o golpe de 64. Parece um milagre: o golpe sem golpistas.

 

Explico: não faltam explicações sobre os erros do governo Goulart na época nem críticas a seus aliados. Também não faltam críticas ao sindicalismo de pelegos e ao Congresso. Os fatos são verdadeiros. O que incomoda é o raciocínio : os militares deram o golpe mas a responsabilidade foi dos civis que sustentavam Goulart. Por essa versão, tudo aconteceu porque eles cavaram a própria tumba.

 

Uma das teses favoritas costuma ser repetida pelo coronel Passarinho. É a noção do golpe preventivo. Ou seja: a quebra da legalidade era inevitável, quase uma obrigação democrática. Os golpistas “sabiam” que, se não agissem, o outro lado ia fazer a mesma coisa.

 

Um general chegou a sustentar por estes dias que os militares só pretendiam ficar um ano no poder – mas foram “obrigados” a permanecer mais tempo porque a oposição radicalizou…”

 

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras notas e artigos publicados pelo jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Época.

 

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo