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Novo vestibular.Posição não é final,mas primeiras palavras de líderes docentes são contrárias

Está em discussão uma proposta do Ministério da Educação, que muda radicalmente o vestibular – que poderá ser substituído pelo Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. Isso, claro, desde que ocorra a adesão das instituições federais, caso da UFSM. Por enquanto, noticia-se que cinco, mas cerca de 50, universidades estariam dispostas a aderir.

 

Por conta dessa discussão, e a pedido deste sítio, a assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM preparou material, com informações oriundas do ANDES, o sindicato nacional da categoria. O resultado você lê a seguir, com foto de arquivo da Sedufsm. Acompanhe:

 

“Professores criticam substituição do vestibular pelo ENEM

 

Na semana passada, o ministro da Educação, Fernando Haddad, propôs mudar o Enem – Exame Nacional do Ensino Médio e utilizá-lo para substituir os vestibulares das universidades federais. A idéia, que em nenhum momento foi discutida com a comunidade universitária, é que as instituições estaduais e particulares também adiram ao novo modelo. A proposta foi entregue para a Andifes – Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior e só deve entrar em vigor com a aprovação dos reitores. O ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, em publicação em sua página eletrônica, ouviu alguns especialistas na área de educação a respeito do tema:

 

Antônio Lisboa Leitão de Souza, professor da área de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e 1º vice-presidente do ANDES-SN, faz algumas ressalvas à proposta. Em primeiro lugar, Lisboa salienta que para melhorar o acesso à universidade pública o governo deve aumentar o número de vagas ofertadas e, consequentemente, de professores. Para Lisboa, se a idéia é democratizar o acesso ao ensino superior, é necessário examinar os currículos das universidades.

Além das diferenças curriculares entre as universidades, Lisboa avalia que uma simples padronização não resolverá as diferenças estabelecidas por um sistema educacional desigual e, muitas vezes, excludente. “Os alunos das boas escolas particulares estarão sempre mais bem preparados, daí a necessidade de melhorar o sistema educacional público como um todo para proporcionar, de fato, melhores condições de acesso ao ensino superior”. Lisboa salienta a posição histórica do ANDES-SN, que defende, há muito tempo, uma reavaliação do modelo de ingresso nas universidades capaz de superar o vestibular. “No entanto, não é com mais uma proposta imediatista e unilateral que o MEC resolverá essa questão”.

 

Para Ângela Siqueira, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense – a unificação do sistema de seleção poderá enfatizar ainda mais a desvantagem dos estudantes das regiões onde a qualidade do ensino médio é inferior. Como Lisboa, ela ressalta que o sistema brasileiro é muito diversificado e, por isso, a referência ao norte-americano SAT  (Scholastic Assessment Test),  que é uma prova única para seleção e ingresso em todas as instituições de ensino superior dos Estados Unidos, pode não ser bom para nós. O SAT foi citado pelo próprio ministro Fernando Haddad como parâmetro para sua proposta. A professora da UFF lembra que mesmo nos Estados Unidos o modelo enfrenta críticas

 

Para a professora Tânia Maria Batista de Lima (FOTO), que leciona Política Educacional na Universidade Federal do Ceará – os problemas do vestibular expressam a carência de investimento na educação pública em todos os níveis. “De certa maneira, pode até ser que uma articulação com o Enem faça com que as políticas públicas se voltem para melhoria da qualidade do processo pedagógico que acontece na escola pública. No entanto, mudar a metodologia do vestibular não toca realmente nas questões essenciais que determinam a exclusão de boa parte da população brasileira da educação superior”. Ainda conforme Tânia, é importante que sejam discutidas mudanças metodológicas na seleção para o ensino superior considerando todo o processo educacional. “Seria importante se pudéssemos discutir a democratização do acesso à universidade junto com a melhoria da qualidade da escola pública”.

 

Para Rodrigo Dantas, professor da Universidade de Brasília – UnB e 2º vice-presidente do ANDES-SN, o problema central é o financiamento da educação. “A melhoria da qualidade do ensino exige mais verbas. A ampliação do acesso ao ensino superior público exige mais verbas. Enquanto a educação não for a prioridade dos governos, todos os graves problemas estruturais permanecerão insolúveis”.

 

SE QUISER LER MAIS A RESPEITO, CLIQUE AQUI.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras informações oriundas da assessoria de imprensa da Sedufsm.

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