Observatório. Confira a versão original da coluna publicada neste sábado, 4 de abril
SEM AQUEEELA TAXINHA FICARÁ DIFÍCIL
ACREDITE – Começa a ficar bastante claro, em setores pra lá de influentes (e muito suscetíveis ao voto popular) que não há outro jeito de resolver os problemas de iluminação pública, sem a instituição daqueeeela taxinha.
GOLPE MILITAR E DITADURA. ESQUECER? NÃO AQUI
Na sessão de terça, 31 de março, da Câmara, não houve um edil sequer para lembrar os 45 anos do golpe militar. Parlamento é lugar de debate. Ou deveria ser. Fosse para atacar ou defender.
Sim, há quem defenda. Nesta semana, um líder sindical de entidade importante (que está há trocentos anos no cargo e provavelmente é contra a reeleição – dos outros) chegou às raias da emoção ao lamentar, num microfone, o fim da democrática revolução de 64.
Democrática? Só se foi na tortura indiscriminada e no banimento de cidadãos como, para ficar num exemplo, José Serra, obrigado a se abrigar no Chile do comunista Salvador Alende. Ou na total impossibilidade de fazer política – exceto para dizer sim. Em Santa Maria mesmo há exemplos abundantes de atitudes vis da democrática. Há os já mortos, como Jorge Mottecy ou Adelmo Simas Genro. Mas existem ainda os vivos, e eles estão por aí para testemunhar.
Não custa lembrar, também, do cancelamento da liberdade de imprensa – que calou muitos profissionais e veículos, noves fora os dóceis ou, que também os houve, prudentes. Algo comum a todos: não se ajoelharam.
Na mídia, afora os adesistas, sobram casos de empresários dignos que deram e mantiveram empregos, mesmo sob fortes pressões. E nunca houve quem soubesse disso. Perguntem ao Beto São Pedro, que é jornalista na Câmara, como se comportava Luizinho de Grandi, aqui mesmo na redação de A Razão. Sempre no fio da navalha, com ameaças permanentes. Mas digno. E querido pelos comunistas, epíteto dado a qualquer um que tivesse opinião diversa do comandante de plantão e/ou seus lacaios.
Democrática? Pois, sim!
Atenção: anistia é perdão, jamais esquecimento.
CAMPANHA PARA REITORIA; UFSM EM EBULIÇÃO
Enfim, há campanha na UFSM. E indícios fortes de que haverá mesmo só duas chapas disputando a reitoria. Pela situação, Felipe Müller e Dalvan Reinert; na oposição, Paulo Burmann e Martha Adhaime.
Na semana, dois fatos se sobrepuseram. Num, Muller e Reinert abriram comitê fora do Campus – na Faixa Nova, pertinho da rótula Na oposição, o afastamento de Martha Adaime – por vontade própria e considerar questão ética delicada permanecer no cargo – das funções de Diretora Financeira da Fatec.
A partir de agora, se acirra a busca ao voto. E é assim que deve ser, torcendo-se para que temas relevantes sejam debatidos, no interesse da UFSM e da comunidade.
A propósito: ao tempo da democrática (leia nota anterior, logo acima) essa notícia não seria dada. Inclusive porque não havia eleição. Coisas da peculiar democracia que alguns dizem ter existido então.
DE UM TEMPO EM QUE O PPS AINDA ERA NEOCOMUNISTA; E NÃO EX-COMUNISTA
A seção Não custa lembrar
Em 4 de agosto de 2001:
* Neocomunistas preparam festa para o ex-governador do Ceará e ex-ministro de Itamar Franco, e candidato a Presidente da República, Ciro Gomes, que faz palestra no fórum Tendências e Reformas Políticas, na noite da próxima sexta-feira, no Park Hotel Morotin.
* No dia seguinte, Gomes fala para o público interno do PPS, da mesma forma que o pré-candidato ao Piratini, Bernardo de Souza. A conversa ideológica, que acontece no clube Santamariense, se transforma em festerê e acaba em churrasco, no mesmo local.
Hoje:
Passados exatos 7 anos e 8 meses, as notas acima, então publicadas na seção Luneta, não deixam de ser uma preciosidade histórica. Afinal, são de um tempo em que o Partido Popular Socialista, sucedâneo do Partido Comunista Brasileiro (PCB) ainda podia ser chamado de neocomunista – por sua postura e atitudes voltadas ao que um dia se chamou Esquerda. Mais adiante seria impossível. A saída de Ciro Gomes, hoje no PSB, e uma guinada que se tornaria irreversível à direita justificam o novo epíteto: ex-comunistas.
AS ARTICULAÇÕES DE CALIL (MAS NÃO SÓ DELE) EM BUSCA DE DOBRADINHAS
A seção Luneta
Helen Cabral, do PT, se esbaldou em afagos a José Farret, que a atendeu prontamente em audiência e ainda forneceu número do telefone celular pessoal para qualquer problema.
Foi mais que uma resposta ao fato de, na semana anterior, a audiência concedida pelo prefeito Schirmer à parlamentar ter se transformado em conversa com secretários.
Na verdade, os petistas pretendem, na medida do possível, levar livre Farret e o PP. Se vão conseguir isolá-los do governo Schirmer é difícil saber. Mas tentarão. É… Faz sentido.
Pelo menos um ex-presidente do PMDB de Santa Maria vai apoiar nome não da boca do monte para a Assembléia. No caso, Arnildo Muller, que fechou com Caio Rocha.
Aliás, Muller é reincidente. Em 2004 fez campanha para Sebastião Melo, atual presidente da Câmara de Porto Alegre – e que fez perto de 500 votos em Santa Maria.
Tubias Calil aproveitou o encontro do PMDB, dia 28, para articular. E fechou dobradinha em Santa Maria com Luiz Fernando Zachia – a quem teria prometido 2 mil votos, incluindo a região.
Se for apalavrado o mesmo com todo o quinteto com o qual pretende fazer campanha em Santa Maria, são 10 mil votos. Que, há quem diga, poderiam ser de Jorge Pozzobom. Poderiam.
Em todo caso, como se sabe, política e eleição não se confundem com matemática. O que pode servir como alento. Ou virar pessimismo. Depende do ponto de vista.
Mas não foi só Calil o peemedebista que se articulou para buscar votos por aqui, para a Assembléia, no campo peemedebista.
Também presentes ao encontro da sigla, e noves fora o já citado Caio Rocha, mais três candidatos ao Legislativo Estadual montam seus times na boca do monte.
Quem? Os já deputados Edson Brum e Alberto Oliveira e o líder estadual da JPMDB Gabriel Souza. Ah, e outros já se assanham para fazer o mesmo.
Você também pode encontrar este colunista diariamente às 7h30, e ao meio dia, na rádio Antena 1; e a qualquer momento no site www.claudemirpereira.com.br.
FIM DAS ALIANÇAS PROPORCIONAIS E SEUS EFEITOS
Há quem acredite, em Brasília, que o Congresso aprove alguma coisa da proposta de reforma política constante de meia dúzia de projetos que tramitam no parlamento. Especialmente, aposta-se que o fim das coligações proporcionais estaria em primeiro lugar (e talvez único) na lista de mudanças.
Se isso ocorrer, muda muito a projeção dos eleitos para a Assembléia Legislativa gaúcha em 2010. Há um consenso entre os analistas: os pequenos partidos, sem a possibilidade de alianças, são os grandes perdedores. Mas não apenas eles. Creia, se a idéia prosperar, haverá influência inclusive em candidaturas já postas em Santa Maria.
SUBPREFEITOS E UM FATO: SCHIRMER PISCOU
Prefeito negará, mas
tomou atitude diversa
da que sempre defendeu
Até os pedregulhos vistos com frequência nas estradas que percorrem o interior do município sabem: por sua vontade política e idéia administrativa, Cezar Schirmer é contra a eleição direta para subprefeitos Prefere que sejam de livre nomeação do Executivo. E não pensa isso hoje, senão que assim foi inclusive antes e durante a campanha eleitoral quando, perguntado, para evitar um eventual aproveitamento pelos situacionistas, tergiversava. E nem poderia ser diferente. Mas nunca negou sua contrariedade com a situação existente.
Já eleito, cansou de sinalizar no sentido contrário à escolha por eleições, instituídas por Valdeci Oliveira ainda no seu primeiro mandato. Mas, provavelmente envolvido numa série de atos iniciais de seu governo, especialmente a proposta de reforma na gestão, deixou de lado o assunto.
Só que o prazo acabou na última terça, 31 de março, quando se esgotaram os mandatos dos então subs. O que fazer? O mais prático e que provocaria (é do jogo) desgaste menor, localizado e provavelmente rápido, seria simplesmente instituir e nomear os subprefeitos de sua preferência e atentos à sua proposta de governar e instituir um Conselho Distrital para fiscalizar os escolhidos. Ponto.
Mas, o que fez Schirmer? Num ato de pura democratite, fará, em data ainda não anunciada, consulta popular (na prática, um plebiscito) para saber se a população distrital quer eleger seus subs. E formará um Conselho Distrital (ele não disse como se dará a escolha dos conselheiros) para fiscalizar os futuros ocupantes das subprefeituras.
Schirmer, definitivamente, não seguiu o manual. E piscou. É fato irretorquível, do ponto de vista político. Agora, só falta acontecer uma coisa para que a decisão do prefeito contrarie definitivamente o que ele pensa e projetou: perder o plebiscito e ter que fazer a eleição dos subs.
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