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ARTIGO. Rediscutir data do vestibular e volta dele a janeiro é “desrespeito ao trabalho do reitor Mariano”

Após a informação de que o reitor Paulo Burmann, atendendo a reivindicação de lideranças empresariais, estaria disposto a discutir “com a comunidade” a possibilidade de retorno do vestibular para o mês de janeiro, uma postagem no Feicebuqui chamou a atenção do editor. Foi produzida por alguém de dentro da UFSM e com pés bem fincados também fora da instituição, por força de suas atividades.

No caso, o colega jornalista Gilson Piber, radialista e funcionário concursado da Universidade, doutorando em jornalismo e professor no Centro Universitário Franciscano. A pedido do sítio, ele ampliou a sua manifestação, transformando-a em artigo. Este, que você lê a seguir:

Pura perda de tempo

Por GILSON PIBER, jornalista, radialista e professor

Discutir a eventual volta do vestibular da UFSM para janeiro é um retrocesso, para não dizer uma perda de tempo. Estamos em março de 2014 e seria interessante debater, por exemplo, a adesão total da Federal de Santa Maria ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU), do Ministério da Educação. O SiSU é o sistema informatizado por meio do qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Compartilho do pensamento do ex-presidente da Comissão Permanente do Vestibular (Coperves) da UFSM, Dario Trevisan de Almeida. Segundo ele, “a adoção do SiSU como processo seletivo exclusivo é viável e desejável por várias razões, dentre elas, por seu emprego de modernos instrumentos de avaliação, redução de custos e democratização do acesso ao ensino”.

No entanto, a atual administração da UFSM, eleita democraticamente, olha no retrovisor e traz novamente à tona a proposta de discutir a data do vestibular. O assunto agrada aos empresários santa-marienses, que sonham com o retorno do concurso para o mês de janeiro. Aliás, na sua maioria – com raras exceções – os empresários locais são os primeiros a criticar quando servidores técnico-administrativos e docentes da UFSM  entram em greve na instituição. Só não viram a cara para os segmentos da comunidade universitária no início de cada mês, quando uma enorme quantidade de recursos financeiros encontra as suas máquinas registradoras no pagamento ou aquisição de bens de consumo. Daí, tudo é alegria e “o dinheiro da turma da UFSM” serve aos anseios capitalistas.

Não sou contra os empresários locais. Tenho muitos amigos da classe empresarial, que geram emprego e merecem, sim, ter lucro pela atividade que executam com muita propriedade. Sou contra os empresários santa-marienses que preferem fechar lojas e alugar os espaços, não inovam nem qualificam seus colaboradores para o atendimento, só lamentam que as vendas estão baixas e põem a culpa nos governos e nos impostos. Aliás, para alguns, todos os problemas do Brasil começaram a partir de 2003. O que ocorreu antes foi quase esquecido ou totalmente ignorado.

A UFSM tem as suas instâncias para a discussão de todos os assuntos e das quais os empresários também possuem os seus representantes. São nos conselhos, com a participação também de servidores técnico-administrativos, docentes, alunos e outros segmentos da comunidade, que as questões relevantes devem ser debatidas amplamente.

É preciso olhar para frente e pensar grande, como a saudável implantação do campus da UFSM em Cachoeira do Sul, a conclusão das obras nos demais campi da instituição, a qualificação da comunidade universitária, a abertura de novos cursos e mais vagas, a internacionalização da Universidade, enfim, o que o reitor-fundador José Mariano da Rocha da Filho pregava: “A Nova Universidade, além de transmitir a cada nova geração os conhecimentos acumulados no passado, tem uma outra e transcendente finalidade, qual seja a de desencadear o progresso, desvendando novos horizontes.” 

Em pleno século XXI, vamos combinar, que discutir data de vestibular é um desrespeito ao trabalho feito pelo professor Mariano da Rocha. Gostem ou não os empresários locais e demais envolvidos.”

 

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3 Comentários

  1. Respeito a opinião de todos, mas dizer que é retroscesso é um pouco forte. Se temos uma cidade eminentemente de comércio, pq não estudar uma maneira que beneficie este comércio? Não são somente empresários que perdem, mas vagas de empregos que se perde. E mais é só comércio que lucra com os vestibulandos? Não. Lucra todos os santamarienses. É a rede hoteleira, os bares e restaurantes, ambulantes, empresas de ônibus, mercados, enfim. Santa Maria tinha um folego para aguentar o retorno as aulas, que a maioria do comércio para etc.
    Parabens ao reitor se isso ocorrer.

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