Eleições 2010 (3). As razões de Lula e de Ciro, para o deputado concorrer ao governo paulista
Abrir caminho para um palanque forte (maior que o possível de ser oferecido pelo petismo) é uma das razões evidentes para que Luiz Inácio Lula da Silva queira Ciro Gomes, do PSB, como candidato do governo à sucessão paulista. Além disso, poderia ser um excelente caminho para o parlamentar eleito pelo Ceará, que deixaria a disputa presidencial. É verdade. Mas não é a única.
Então, que outro motivo poderia fazer Lula se esforçar tanto para demover tantos interesses (o que pode equivaler a remover montanhas, em termos de PT) e emplacar Ciro (foto) no território bandeirante? O jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Época, tem uma tese (e algumas informações) a respeito, e que faz bastante sentido. Confira você mesmo, com a foto de Wilson Dias, da Agência Brasil. A seguir:
Lula joga pelo 1° turno
Como já observei aqui no blogue, Ciro Gomes tem uma razão própria para disputar o governo de São Paulo – a sobrevivência política. Com o irmão no governo do Ceará, ele não pode disputar nenhum cargo eletivo, salvo aquele que já possui: deputado federal. Como isso é pouca coisa para quem já concorreu a Presidência e foi ministro tanto no governo FHC como no primeiro mandato de Lula, a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes é, no mínimo, a menos pior de todas as opções.
Ao fazer força para jogar Ciro num pleito estadual, Lula faz um movimento de quem espera resolver a parada presidencial já no primeiro turno. O governo está convencido de que, num segundo turno, entre situação e oposição, a soma dos votos adversários pode prejudicar Dilma. O PT já fez essa conta em 2002 e 2006. Lula venceu – sempre no segundo turno.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras notas e artigos do jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Época.
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