Eleições 2010. Uso da internet por candidatos não será tão fácil como muitos buscam apregoar
O Congresso Nacional discute – e na Câmara dos Deputados já foi aprovado, faltando a manifestação do Senado – a possibilidade de utilização da internet pelos candidatos a cargo eletivo em 2010. Seja para a captação de votos ou, até, de recursos financeiros. Se aprovada até o fim de setembro, estará valendo. Mas, e daí?
Daí que há muitos já apregoando a possibilidade infinita de sucesso daqueles que se utilizarem do novo meio posto à disposição. E usam, inclusive, como exemplo a importância adquirida pela internet na eleição do presidente norte-americano Barack Obama (foto). Mas a situação não é beeeem assim. E quem fala a respeito, numa reportagem bastante interessante, é quem trabalhou (e muito) com o político ianque. No caso, o marqueteiro norte-americano Ben Self. Confira o trabalho resultante no texto assinado por Julia Duailibi, nO Estado de São Paulo. A foto é de Ricardo Stuckert, distribuída pela Agência Brasil. A seguir:
”É difícil ganhar uma eleição twittando”
Ben Self: estrategista de campanha na internet; Americano que ajudou a criar a campanha online de Obama acha que, sem mobilizar as pessoas, a internet não é eficaz
Inspirados pela experiência da campanha presidencial americana de 2008, os partidos políticos que disputarão a corrida de 2010 começaram a olhar para a internet com mais atenção. Marqueteiros ligados tanto ao PSDB como ao PT estão de olho na Blue State Digital (BSD), empresa americana que criou a estratégia na rede para a campanha de Barack Obama a presidente dos Estados Unidos.
Ben Self, um americano de Kentucky, de 32 anos, é um dos jovens rostos por trás da bem-sucedida, e excessivamente elogiada, campanha online que ajudou a levar Obama à vitória. Fundador da BSD, ele ajudou a formatar a estratégia que arrecadou nada menos que US$ 500 milhões via internet. Foram obtidas cerca 6,5 milhões de doações online – uma média de US$ 80 por doação -, o que criou um novo paradigma sobre financiamento de campanha nos EUA e no mundo.
Uma das sacadas da BSD foi pulverizar as doações por várias páginas de relacionamento na internet, que tinham em comum o apoio à campanha de Obama. As pessoas entravam na rede, doavam, articulavam eventos pró-campanha e ainda participavam de grupos de discussão sobre a arrecadação. Milhões de dólares foram doados em questão de dias. “Nós descobrimos que as pessoas adoram fazer esse tipo de conexão, mesmo que elas não se conheçam. E elas voltam para doar 3, 4, 5 dólares”, afirmou Self, em entrevista concedida ao Estado de seu escritório nos EUA.
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