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Entre iguais. Conselho de Ética absolverá Sarney. A menos que ele próprio decida se mandar

Lobo não come lobo. É o dito popular, bastante apropriado no caso da apreciação, pelo Conselho de Ética do Senado, das (por enquanto) cinco representações contra o presidente da Casa, José Sarney, do PMDB. A explicação, inclusive da apropriação do ditado, é simplíssima: como poderão condenar Sarney os senadores que, em tese, estão em situação bastante semelhante e, no futuro, poderão se encontrar também no banco dos réus?

 

Reportagem publicada nesta quinta-feira n’O Estado de São Paulo, dá conta que, entre os 30 titulares e suplentes que compõem o Conselho, nada menos que 21 têm lá suas complicações. E que, objetivamente, também poderão motivar processos como os enfrentados por Sarney. A começar pelo próprio dirigente maior do CE, o carioca Paulo Duque (foto), do PMDB.

 

Deu para entender? Não? Então dê uma lida no texto assinado pelo jornalista Leandro Colon, que conta, tim-tim-por-tim-tim, quem é quem no grupo que vai estudar a situação do parlamentar maranhense eleito com os votos do Amapá. A foto é de Jonas Pereira, da Agência Senado. Acompanhe, a seguir:

 

“70% do Conselho de Ética tem ficha com problemas

Ao menos 21 membros são alvo de inquérito, réus em ação ou têm ligação com nepotismo e atos secretos

 

A esperada benevolência do Conselho de Ética com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pode ser explicada, entre outras coisas, pela biografia de seus integrantes. Pelo menos 70% dos membros do conselho são alvos de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), réus em ações penais e/ou envolvimento com nepotismo e atos secretos nos últimos anos. Caberá a esses senadores decidir na próxima terça-feira o destino dos pedidos de abertura de processo de cassação de Sarney.

 

Pressionado a renunciar, o peemedebista é acusado de ligação com boletins administrativos sigilosos, nomeação de parentes e afilhados, além de desvio de recursos da Petrobrás pela Fundação José Sarney. A fundação vive hoje a perspectiva de intervenção por parte do Ministério Público do Maranhão, por causa do desvio de cerca de R$ 500 mil de uma verba de patrocínio de R$ 1,34 milhão concedida pela estatal do petróleo.

O Estado cruzou a lista de integrantes titulares e suplentes do Conselho de Ética com escândalos recentes semelhantes aos que alcançaram Sarney. Poucos escapam. Dos 30 titulares e suplentes, ao menos 21 estão nessa malha fina…”

 

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