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Vale Vêneto, não. Perguntem ao casal Marin, 85 anos, o que acharam da suspensão do festival

Há quem pense, e nem pode ser condenado por isso, afinal é o que mais diretamente lhe toca, que o Festival de Inverno de Vale Vêneto é somente uma confraternização musical entre jovens daqui e alhures (dá licença, Paniz) com professores de cá e dalhures. O que, cá entre nós, não é pouca coisa.

 

De outra parte, existem aqueles que encaram o Festival apenas como uma boa (aliás, excelente) oportunidade de comer (e beber) bem, no aconchego de uma fantástica paisagem serrana e na companhia de gente alegre. São, digamos, os festeiros. O que também não é algo necessariamente ruim, muito ao contrário.

 

Mas, creia, o Festival é muito mais que isso. Ou, para reduzir um pouco, é bem além de um mero evento cultural-gastronômico-festivo. Ele significa bastante para a economia local e regional. E, com a suspensão (não estamos questionando nada, apenas relatando) definida por seu promotor, a Universidade Federal de Santa Maria, alguns efeitos colaterais (?) são sentidos. E muuuito sentidos.

 

Quem conta um desses fatos pouco perceptíveis a olho nu, e com um texto simplesmente maravilhoso e bem construído, é o professor Ronai Pires da Rocha. Com a licença (e a foto que mandou, a meu pedido) dele, reproduzo um pedacinho (você lê o resto no endereço que forneço lá embaixo). Acho que é suficiente para perceber um pouco mais do que está acontecendo ali, bem pertinho da gente. Confira:

 

“A gripe, as alfaces da família Marin e um sonho de vaca

 

Luis André Marin tem 85 anos, vividos em Vale Vêneto. Ele é casado com Dona Maria Dotto Marin, alguns meses mais velha. Tiveram sete filhos. O casal mora em um enorme terreno, quase uma pequena propriedade rural, no início da rua principal da vila. Ali ele cuidam de alguns animais e do plantio de pequenas culturas, mandioca, feijão, milho e verduras.


Faz mais de quinze anos que a família Marin fornece as verduras para o Festival de Inverno de Vale Vêneto. Antes elas vinham de Arroio Grande, a um preço maior e com gastos adicionais de transporte.


Neste ano, assim que terminou o feriado de Corpus Christi, o filho de Luís, Adair, que trabalha para a prefeitura de Polêsine, revirou a terra para o plantio das verdinhas que seriam comidas pelos estudantes e professores que viriam para o Festival. Depois veio Leonilda, a filha, que semeou a alface, a rúcula e o radite. Seu Luis e dona Maria se encarregavam dos reparos cotidianos e dos contatos com a comissão organizadora do festival, para a entrega diária dos produtos. Foram plantados dois mil pés de alface. Na semana passada a família Marin ficou sabendo que o festival de inverno seria cancelado por perigo de gripe.


Eles ficaram com as alfaces na mão…”

 

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras textos publicados no blogue de Ronai Rocha.

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