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Fraternidade. Forma de lançar a campanha tem críticas de pastorais e outros órgãos eclesiais

Aconteceu ontem, em todo o Brasil, o lançamento da edição número 43 da Campanha da Fraternidade, tradicional evento da Igreja Católica no Brasil, e que acontece durante o período da “quaresma” – entre o final do carnaval e a Páscoa.

 

O tema deste ano tem apelo claramente ecológico, ao defender a Amazônia (o título é “Amazônia e Fraternidade – Vida e missão neste chão”). Santa Maria também teve uma solenidade, através de entrevista coletiva concedida pelo bispo Dom Hélio Rupert (leia em A Razão, na versão online, aqui, ou na edição impressa, disponível nas bancas desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira) e outros atos, inclusive uma missa, no final da tarde.

 

A novidade, em relação a outras Campanhas da Fraternidade, é que esta sofre algumas contestações no âmbito da própria Igreja. Entidades do porte da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), estão fazendo algumas restrições, por exemplo, ao lançamento oficial ser realizado no Pará – sem que isso signifique ser contra a Campanha propriamente dita.

 

O (pequeno, cá entre nós) cisma é tema de reportagem assinada por Clara Mousinho, da Agência Brasil, e que vários jornais estão publicando. Vale a pena conferir, inclusive para discordar, se for o caso. A seguir:

 

“Entidades católicas divulgam manifesto com críticas ao lançamento da Campanha da Fraternidade

 

Nove pastorais sociais e organismos eclesiais divulgaram um manifesto, na última sexta-feira (16), criticando a programação do lançamento da Campanha da Fraternidade 2007, hoje (21) na capital paraense.

Eles argumentam que “entre o discurso do texto-base da campanha”, que destaca a reflexão e o conhecimento das comunidades tradicionais e da Amazônia, e a forma como está sendo feito o lançamento da campanha “há uma contradição muito grande”.

“A organização do lançamento foi entregue a uma empresa de eventos. O lançamento será numa ilha. A participação será restrita aos que tiverem convites. O embarque para a ilha será nas Docas, local reservado para as elites do Pará”, afirmam os manifestantes em nota.

Segundo as entidades, “o mais grave” é que o lançamento seja patrocinado pela Companhia Vale do Rio Doce, “que é uma das principais responsáveis pela destruição ambiental e por conflitos com as populações tradicionais da Amazônia”.

“A imprensa nacional noticiou nos últimos meses as ações dos índios Xicrin contra a Vale, e como esta cortou todos os repasses de recursos contratados com os indígenas, só voltando a efetuar os mesmos por decisão judicial”, afirmam no manifesto.

O tema deste ano é Fraternidade e Amazônia. Pela primeira vez em 43 edições o lançamento da Campanha da Fraternidade não é realizado em Brasília. A CNBB escolheu a cidade de Belém (PA), porque o Pará, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o estado que tem o maior índice de desmatamento.

Segundo o presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Carlos Francisco Signorelli, o lançamento está sendo feito em moldes ostensivos. “O local vai ser fechado para a população. Nós achamos que ele deveria ser feito de uma forma mais eclesial e amazônico”, reclamou.

As entidades não participam do lançamento da campanha de 2007. “Diante disto, decidimos não participar do ato de lançamento, como protesto pela forma como foi organizado, sobretudo pela ausência do povo, o principal sujeito da Campanha da Fraternidade”.

Apesar das críticas, as entidades não são contra a Campanha da Fraternidade, criticam apenas o lançamento. Segundo o manifesto, a campanha é um gesto profético da Igreja no Brasil que ajuda os cristãos e toda a sociedade a refletirem sobre temas da maior relevância social…
”

 

SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, clique aqui.

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