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Cadê as faixas de segurança? – por Gilson Piber

Muito se falou na e sobre a Semana Nacional do Trânsito em Santa Maria. Realmente, é preciso avançar na educação para um trânsito mais humano e, principalmente, com menos mortes, tanto em acidentes como em atropelamentos.

O secretário de Controle e Mobilidade Urbana do município, Sérgio Renato de Medeiros, tem razão quando afirma que o processo de segurança no trânsito passa por cada cidadão santa-mariense. Também concordo com Medeiros na centralização de ações no trânsito com destaque para os eixos de educação, engenharia e legislação.

Agora, a pasta comandada pelo secretário Medeiros poderia começar, urgentemente, a pintar as inúmeras faixas de segurança existentes na cidade. É uma vergonha ver faixas na área central do município totalmente ou quase apagadas, principalmente em regiões próximas de escolas. Admito que o mau tempo tem atrapalhado a ação da Prefeitura, mas a situação é crítica há muito tempo.

Pintar as faixas de segurança é uma medida simples, barata e de boa repercussão na comunidade. É inadmissível que pedestres e motoristas travem uma batalha desigual por um espaço tão nobre nas ruas e avenidas do Coração do Rio Grande. Existem pedestres e condutores irresponsáveis e mal-educados, mas a parcela que respeita as regras do trânsito merece ser contemplada.

Admiro as blitzes educativas, sobretudo com a participação de crianças, afinal, elas serão os condutores do futuro. Enfatizo, ainda, o trabalho correto feito pelos agentes das polícias rodoviárias Federal e Estadual, da Diretoria Municipal de Trânsito e Brigada Militar, bem como pelos representantes dos Centros de Formação de Condutores (CFCs). Preservar vidas é uma ação nobre, que vale todo o esforço possível e merece nosso aplauso.

De acordo com o Portal do Trânsito, o número oficial de mortos no Brasil, vítimas de acidentes de trânsito chega a 35,1 mil por ano, porém, sabe-se que são contados apenas aqueles que morrem no local do acidente, pois não há um acompanhamento. Mesmo que a vítima morra na ambulância a caminho do hospital, ela não será contabilizada. Muitos acreditam que esse número passe dos 50 mil mortos por ano. Em termos absolutos, o número brasileiro só é inferior ao de outros quatro países: Índia (105,7 mil), China (96,6 mil), Estados Unidos (42,6 mil) e Rússia (35,9 mil). Percentualmente, o Brasil ocupa uma posição intermediária, com 18 mortes para cada 100 mil habitantes. Nesse caso, a taxa é superior à dos Estados Unidos (13) e inferior à da Rússia (25), por exemplo.

O Diagnóstico da Violência no Trânsito no Rio Grande do Sul, de acordo com dados do DETRAN-RS, informa que, de janeiro de 2007 a julho de 2009, a frota de veículos aumentou 18,22%. Passou de 3.632.913 para 4.294.709 veículos. Já o número de condutores cresceu 10,74%, passando de 3.420.873 para 3.788.379. O documento destaca, também, que, com a entrada em vigor da Lei Seca no Trânsito, observou-se uma redução na taxa dos incidentes por 100 mil condutores.

Em 2009, os acidentes com vítima fatal por tipo de via ocorreram 44% nas ruas e avenidas dos municípios, 31% nas rodovias estaduais e 25% nas federais. As vítimas concentram-se em maior quantidade na faixa etária entre 18 e 24 anos.

Santa Maria ocupa o 8º lugar entre os 10 municípios com mais acidentes, tendo morrido 54 pessoas no período do levantamento. Pintar as faixas de segurança existentes na cidade, repito, é um investimento na vida. Alô Prefeitura, mãos à obra.

Gilson Piber – [email protected]

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2 Comentários

  1. Como gosto muito de observar os serviços públicos e seus impactos diretos na população, no último final semana, transitando como pedestre no centro de Porto Alegre, pude fazer três observações quanto a “humanização” do trânsito.
    1. A campanha intensiva realizada para que os motoristas parem antes das faixas de segurança quando o pedestre faz uma sinalização pedindo passagem (confira no sitehttp://www.novosinal.com.br/ ) está modificando os costumes e dando resultados;
    2. Algumas faixas de segurança não são apenas pintadas. Não sei o produto nem a forma que é realizado o trabalho mas o resultado é que as faixas ficam com uma textura mas grossa e aparentemente mais resistentes e visíveis a noite;
    3. Pelo menos nas sinaleiras do centro, foi as que percebi, existe um sinal sonoro que por diferenciação de toque avisa quando o sinal está aberto ou fechado para pedestres. Um ótimo facilitador para deficientes visuais, mas não só para estes, pois serve também para os menos atentos aos sinais luminosos.
    Uma troca de experiências entre as áreas de trânsito de Santa Maria e da Capital poderia trazer benefícios. Bom exemplos devem ser seguidos, sempre!

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